11 de mar. de 2017

A traíra grande

Antônio FJ Saracura


Era dia de pescaria na lagoa Saracura, da Terra Vermelha. As águas, finalmente, abaixaram, depois de três invernos fortes, chegando ao nível certo para uma pescaria de mão. A Saracura tinha suas águas cobertas de junco e por uma floresta de pés de cortiça. Qualquer pescaria dava muito trabalho, pois demandava a limpeza de trechos, sob pena de ninguém encontrar peixe nenhum, escondido nas raízes, troncos e ramagens, na água lamacenta. Mas numa situação como essa, de longa espera, com a perspectiva de muito peixe, sempre havia gente disposta a fazer a limpeza. Se bem que, nas pescarias, apenas a família tinha acesso à lagoa. Se fosse aberta, apareceria até gente das Candeias, da Onça e do Gado Bravo, povoados que nem eram mais de Itabaiana.
Os filhos do diabo ruivo, tio Ulisses, e de tia Iaiazinha, que morrera de parto há bem pouco tempo, ficaram a manhã inteira dentro da água, arrancando trechos de junco, matas de cortiça, preparando as cacimbas para a pescaria. E, enquanto limpavam, iam já pescando também.
A lagoa Saracura, quando estava cheia, ocupava áreas em três propriedades: em nosso sítio (chamado sítio Saracura), no sítio de Fausto de Seulia e no sítio de tio Ulisses, que depois foi vendido ao caraibeiro Manezinho de Rita, e hoje nem sei a quem pertence. Quando as águas abaixavam, a lagoa encolhia e se restringia apenas ao sítio Saracura, por ser uma depressão geográfica acentuada. As grandes traíras, os brilhantes jundiás e os encouraçados caborjes, todos estavam, agora, no nosso lado da lagoa. Os outros lados já haviam secado há dias. A colheita estava sendo no sítio Saracura, mas os peixes haviam sido criados também nos demais... nunca soube que os vizinhos tivessem exigido suas partes. Até esnobavam dizendo que nem gostavam de peixe.
Manoel, filho de Fausto de Seulia, era um caboclinho miúdo, feio que dava dó. Burlou a vigilância do pai, inimigo de papai a vida toda, e veio para o nosso lado. Era muito estranho ele estar ali naquele momento! Para ter benzido as cercas (eram duas cercas paralelas e juntas, uma feita por Fausto e outra por papai, em pirraça mútua), deveria ter um motivo forte, como a grande pescaria. E só se dispusera a vir porque talvez achasse, lá no seu íntimo, que os peixes da lagoa pertenciam também a seu pai, o que era verdade, pelo que eu disse acima.
E ele, Manoel, dentro da sua insignificância, assistia incógnito à azáfama dos pescadores — meus primos brancos — trazendo peixes pelas guelras e colocando-os em sacos e latas vazias de querosene Jacaré na beirada da lagoa. E depois, correndo de novo para água e retornando com mais e mais. Peixes eram zunidos da água e caiam na cama de junco seco, de onde alguém os recolhia e os guardava nas latas e nos sacos.
Manoel estava à margem, pertinho da água, observando a tudo, como hipnotizado. Ele queria uma traíra daquelas... Não por que achasse que tinha direito, mas porque gostaria de mostrá-la à mãe, dizendo que a pescara. Sentia, entretanto, que a lagoa era funda demais para ele. Poderia afogar-se. E permaneceu ali, ignorado por todos, vendo os pescadores encherem as vasilhas de peixes.
Algumas mulheres, meninos e pessoas de mais idade, à sombra de juremeiras, esperavam a vez de tratarem os peixes ou que se acabasse a lida, como se fossem a plateia da festa.
Uma traíra, a maior traíra da lagoa, de beiço virado, lombo preto de crocodilo, acossada talvez pelo entra e sai dos pescadores, voou para fora da água, ficando a se debater no junco seco, aos pés de Manoel. Surpreso, ele abriu a boca, sorriu, pisou com jeito no lombo grosso e abaixou-se. Desejava o peixe desde que iniciou a viagem solitária até a margem inimiga da lagoa, onde nunca estivera antes. Segurou-a firmemente pelas guelras e a levantou com suas mãozinhas, como se empunhando um troféu. Sentia-se premiado! Levaria para sua mãe, que certamente faria um pirão, e todos em casa comeriam fartamente.
Uma sombra densa cresceu atrás dele. Era Tino, o filho mais velho de tia Iaiazinha, que juntava os peixes que eram zunidos da água, querendo a traíra:
— Essa vai para a lata de Tio Zé! É a maior da lagoa. O dono do sítio tem todo o direito!
Manoel viu que perderia o que já tinha como seu. E começou a choramingar. Não iria mais para casa levando o troféu. O dono do sítio e da lagoa deveria realmente ter direitos especiais. Sentiu que não poderia evitar que Tino, um homem feito, sobrinho do dono da lagoa, lhe tomasse o peixe. Então chorou alto, gritando que o peixe era seu, pois pulara aos seus pés e fora ele quem o pegara.
Tino esticou o braço para tomar o peixe. E Manoel, mesmo o querendo muito para si, levantou suas mãozinhas para entregá-lo.
Papai, que estava perto e ouviu tudo, aproximou-se, demonstrando espanto:
— Quem pegou esse peixe tão grande?
E pousando a mão no ombrinho de Manoel, perguntou outra vez:
— Foi você, meu filho?
Tino tentava explicar que o peixe pulara da água, tangido talvez por algum dos pescadores. O moleque apenas se antecipara no trabalho de resgatá-lo.
Papai mandou Tino se calar e olhou para o pequeno Manoel, que continuava choramingando, ainda segurando (mas quase soltando) o grande peixe, e disse:
— O peixe é seu, Manoel. Eu vi tudo desde o começo. Pode levar para casa e dizer a sua mãe que foi você quem pegou.
Manoel olhou agradecido para papai e saiu correndo, com os passinhos miúdos, prejudicados por ter as mãos ocupadas, fazendo o mesmo caminho da vinda, contornando as águas da lagoa, que continuaram sendo coadas, na maior algazarra.
XXX
Sessenta anos depois, eu ia passando pelo mercado Thales Ferraz, em Aracaju, como faço quase toda semana. Ia comprar um quilo de castanha na banca de meu primo Narciso, filho de uma tia de mamãe, chamada Lozinha, do outro ramo da família, os Ferreiros da Matapoã. E, passando pela grade de farinha de Manoel de Fausto, hoje um homem idoso como eu, vi-o cochilando sobre a sacaria, escornado, roncando. Ainda bem que era uma hora morta, perto das duas da tarde, e sem fregueses.
Nunca tive muita ligação com os filhos de Fausto de Seulia (o inimigo de meu pai no povoado), mas Manoel sempre me tratou bem, sempre retribuiu minha frieza com uma incoerente alegria.
Fiquei olhando-o um tempo, assim dormindo, e fui tentado a mexer com esse simpático semidesconhecido. Joguei-lhe, compassadamente, de seus próprios sacos, caroços de milho, que o atingiram no peito desnudo, ricocheteando e escorregando para o seu colo. Daí a pouco, ele acordou e, ao me ver ali parado, abriu um largo sorriso. Levantou-se do leito improvisado e veio apertar minha mão, que nem lhe havia estendido ainda. Resolvi, então, fazer-lhe a pergunta que, secretamente, carreguei sempre comigo:
— Manoel, por que você demonstra tanta alegria quando me encontra? Eu mereço? Agora mesmo, em vez de um esbregue, recebo um cumprimento afetuoso!
Ao que ele respondeu contando a história da traíra, a que narrei acima. E acrescentou:
— Nunca esqueci o gesto de seu pai naquele dia, ou melhor, tenho seu pai e os Saracuras no meu coração. Nada marcou tanto a minha vida como aquela traíra, que é o peixe que mais gosto. No coco me dá mais prazer do que quebrar caranguejo na Atalaia ou chupar picolé de mangaba da Cinelândia... E continuou:
— Sempre tive vontade de contar a um de vocês essa história, mas nunca me deram oportunidade. Foi a primeira vez que um Saracura jogou-me carocinhos de milho...
Xxx
Os outros vendedores de cereais do grande mercado olhavam intrigados aqueles dois sexagenários abraçados ao pé de uma fileira de sacos abertos.

Sobre o autor
Nasceu no povoado Terra Vermelha, Itabaiana, em 06.07.1945, filho dos agricultores José Francisco de Jesus e Josefa Oliveira de Jesus. Começou os estudos nas escolas de dona Zinha (Terra Vermelha) e de Bernardete de Dona (Cajueiro). Concluiu o primário e fez o ginasial no Seminário e Colégio Diocesano de Aracaju. Fez o Científico no Atheneu Sergipense. Fez o curso superior na faculdade de Economia da UFS, Ciências Econômicas, formado em 1971.



Tem cursos de especialização na IBM, Abc-bull e várias entidades de ensino do País. Tem Pós graduação na Universidade do Distrito Federal, na Cândido Mendes, na UNIT, em Sistema de informação e Gestão de Imóveis.



Além de agricultor (na infância) e Analista de Sistemas (Petrobrás, Rhodia Química e Telergipe), exerceu outras atividades em sua vida profissional, que ainda continua efervescente: Repórter, Redator e Apresentador (jornal “A Cruzada” e Rádio Cultura de Sergipe), Serviços Gerais (Paes Mendonça), Auxiliar de Escritório, Programador de Computador, Analista de suporte técnico, Gerente de Informática, Corretor de Imóveis, Gestor de Imóveis e, atualmente, escritor e jornalista.



Publicou o livro “Os Tabaréus do Sítio Saracura”, em 2008, agora na quarta edição, restabelecendo os vínculos partidos com a atividade literária e com o sítio rústico onde nasceu.
Publicou depois: “Meninos que não Queriam ser Padres”, (em 20111, romance, na segunda edição), “Minha Querida Aracaju Aflita” (2011, crônicas premiado pela Secretaria de Cultura de Sergipe), “Tambores da Terra Vermelha” (contos,2013), “Os Ferreiros” (contos, 2015), além de uma dezena de cordéis. 
É membro da Academia Itabaianense de Letras (vice-presidente), do Instituto Histórico e Geográfico de Sergipe, da Associação Sergipana de Imprensa, e da Academia Sergipana de Letras (Cadeira número 10),



É casado com Josefa Iracilda Pinheiro de Jesus, tem três filhos e três netos.




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27 de fev. de 2017

Sistema de cumplicidade

Desde jovem, ouço críticas ácidas sobre os políticos. Essas críticas, com o passar dos anos, suscitou sentimentos de aversão e até ódio sobre aqueles que praticavam e viviam na política. Elas viam de cima para baixo e como a maioria dos brasileiros, estava cansado, revoltado e com sede de justiça.
Eu fui um jovem que sempre busquei compreender as coisas e Sofia me ajudou bastante nisso. Então, me debrucei sobre os livros. Queria respostas para as minhas dúvidas, os meus sentimentos; mas eles não me satisfizeram. Era preciso participar da política para saber como ela funcionava. E compreender, principalmente, por que políticos com vida pregressa maculada se perpetuam no poder
Nessa busca, compreendi que o nosso sistema político é um sistema de cumplicidade. É cúmplice o eleitor quando mercadeja o voto. É cúmplice o político quando aceita essa condição ou a impõe. O voto, nesse sistema, não cumpre sua função social, não elege políticos. Não passa de uma simples mercadoria. Nele, não dar para indigitar culpados, nem inocentes se levarmos em conta o modo como foram educados, a origem de cada um.
No cotidiano politico, defino esse sistema de comércio eleitoral, que nada mais é que mercadejar o voto. Pouco se fala nele, seja por ignorância ou má-fé. Ele pode ser dividido em compra e venda de voto; favores e financiamento. A sua prática é comum e visível em todos os municípios deste país. O Congresso é apenas a dimensão de tudo isso em situações muito mais complexas.
O sistema é péssimo, pois, abriu e abre espaço para que todo tipo de gente chegue ao poder. Ele facilita e pari a corrupção. Nesse sistema, o político acusa o eleitor de vender o voto e o eleitor acusa o político de não fazer nada por ele. E nisso, nosso país vive procriando políticos de toda espécie. Exemplo disso é o que estamos vivenciando em nossos dias.
Sei que, enquanto só se apontam os erros das tribunas e não se buscam mecanismos efetivos que sirvam de contraponto na reeducação política de nossas crianças, é tolo quem acredita em mudanças significantes nesta república ou que operações como a Lava Jato passará o país a limpo. Tudo bobagem! Tudo engodo!
É preciso entender uma coisa: políticos não são eleitos por si. É isso que se deve discutir. É isso que crianças, adolescentes e jovens devem compreender. Sem essa compreensão, o sistema permanecerá como se acha, camuflando-se de democracia.
Em vez de empaturrarem as redes de picuinhas, links e discursos fascistas ou se tornando papagaios midiáticos para descriminalizar a política e demonizar pessoas, deveriam abrir espaço para a discussão do sistema de cumplicidade. É ele que precisa ser combatido com veemência. No dia que a sociedade passar a discuti-lo e criar mecanismos de enfrentamento contra esse sistema, muita coisa mudará neste país.
Por falta dessa discussão, o que se ver é o saudosismo militar, a extrema direita tomando folego, os partidos atolados em escândalos, os movimentos sociais lutando para que as conquistas sociais não sejam retiradas. Mas nenhum desses discutem o sistema de cumplicidade, não propõe o combate a corrupção de base, matriz de todas as outras corrupções. Preferem a passividade. Preferem ser ventríloquo, preferem enxergar a corrupção do outro. Ilude-se quem acha que o problema da corrupção do nosso país seja exclusivo de políticos ou de partidos.
E concluo com esta questão: se os candidatos, que não são eleitos por si, fossem eleitos sem a prática do comércio eleitoral, a maioria dos nossos políticos seriam honestos e qualificados? Acredito que sim.
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26 de fev. de 2017

O curioso abaporu


Essa estranha figura é o Abaporu, o mais importante quadro já produzido no Brasil. Tarsila do Amaral pintou-o como presente de aniversário a Oswald de Andrade, seu marido na época. Quando ele viu a tela, assustou-se e chamou o amigo Raul Bopp para tentar decifrá-la. Intrigados, concordaram em que representava algo excepcional. Tarsila, apelando para os rudimentos de tupi-guarani que conhecia, batizou-a de abaporu - aba, "homem", "índio"; poru, "homem comedor de carne humana", "antropófago", "canibal".

O quadro inspirou a criativa cabeça de Oswald. levando-o a escrever seu "Manifesto Antropofágico", berço de um movimento que, segundo ele, "deglutiria" a cultura europeia, transformando-a em algo bem brasileiro. Embora radical, a nova corrente teve sua importância pelo que representava em termos de exacerbado nacionalismo. A tela é, até hoje, a mais cara já vendida no Brasil (US$ 1,5 milhão), e foi comprada por um colecionador argentino.

Mas qual o significado do quadro? Difícil dizer, mas na opinião de certos círculos, o homem avantajado com a cabeça pequena seria o brasileiro desmiolado. Quanto as pés e às mãos, enormes, era como Tarsila via em nosso povo sofridos trabalhadores. O simbolizaria a penosa rotina do homem do campo, dando duro debaixo de sol inclemente (grifo meu). Ainda hoje a polêmica obra tem avivado acaloradas discussões.

Língua Portuguesa. Ano 4 - Número 59 - setembro de 2010. p. 64
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16 de fev. de 2017

O autor fala de sua obra: Laura

Como nasceu Laura? Eu irei contar para você. Eu sempre fui apegado a minha mãe e dela gostava de ouvir as muitas estórias que tinha para me dizer. Certo dia, ouvindo uma das muitas estórias, me veio na cabeça a ideia de reuni-las e contá-las através da personagem Laura (Baseada em minha mãe).

Isso aconteceu porque eu percebi que as estórias de Lobisomem, Fogo Corredor, Mula-sem-cabeça e outras sempre eram apresentadas de forma individual, sem uma contextualização que fizesse o leitor compreender porque essas histórias existiam e se haviam algum sentido para elas. Por isso, procurei escrever de forma não cronológica; mas na infância dela. Laura é a personificação dessas pessoas que gostam de contar “causos”, especificamente os nordestinos; onde ela se identifica.

Ao ler Laura, você perceberá muita coisa. Por exemplo, como ela é uma idosa que se cuida, que conta com maestria as estórias que ouviu de seus familiares, parentes e amigos, que a fala nos conduz a imersão do tempo e dos modos da época.

Quem são as personagens? Baseado em minha mãe, eu crie a personagem Laura, como você já sabe. Foi através dela que criei Fernando, seu sobrinho, garoto estudioso e apreciador de boas estórias. Os demais fazem parte do mundo imerso que Laura nos conduz, como seu Laurindo, Davi do Juazeiro, e tantos outros.

Acho que falei o suficiente. Leia o livro, procure compreender as estórias, tire alguma aprendizagem e guarde em sua memória. Boa leitura.

Abraço!
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30 de jan. de 2017

O escritor na livraria

O Escritor na Livraria é organizado por Saracura na última semana de cada mês na livraria Escariz em Aracaju. Nesses encontros, os escritores expõe seus livros, trocam ideias, declamam. O bom de tudo isso não é só a perspectiva para vender, mas de conhecer gente nova, dialogar, trocar experiências. Dessa forma, a Literatura Sergipana anda nessa imensidão de títulos.

Saracura, Isabel Melo, Ron Perlim...


Jane Guimarães declamando
Marta Hora
Ron Perlim, Jane Guimarães, Marta Hora...

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21 de jan. de 2017

Ver com os olhos livres


Em 1924 o inquietante Oswald de Andrade cravou no peito de parte da vampiresca elite intelectual e econômica brasileira - habituada a apenas sugar o sangue literário advindo da Europa e, depois, homorragicamente, expelir pedantes perdigotos - uma estaca certeira: o Manifesto da poesia pau-Brasil. Nesse inteligente panfleto bradou: "Nenhuma fórmula para a contemporânea expressão do mundo. Ver com olhos livres".

Ver com olhos livres! No original do manifesto está em itálico, é a única frase destacada assim pelo próprio autor. É uma invocação, um grito, uma palavra de ordem. A defesa intransigente da possibilidade de olhar não reprimido, não constrangido pelo óbvio, um olhar que consiga transbordar e derramar-se para fora do o limita.

CORTELLA, Mario Sergio. Não se desespere!: provocações filosóficas. 7 ed. - Petrópolis, RJ: Vozes, 2014. pp.71-72
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7 de jan. de 2017

Lendo que se aprende


O pequeno Santos Dumont adorava os livros de Júlio Verne. Era um romancista fabuloso. Como tinha imaginação!

Júlio Verne contava histórias fantásticas. Para o mundo daquele tempo eram mais assombrosas ainda que as aventuras de Batman e Robin. Façam só uma idéia: os livros de Júlio Verne narravam viagens no fundo do mar e viagens pelo espaço sem fim.

As pessoas mais velhas, que também gostavam de ler Júlio Verne, achavam aquelas idéias absurdas e impraticáveis. O menino Santos Dumont não acreditava em coisas impraticáveis.


BARBOSA, Francisco de Assis. Santos Dumont inventor. Rio de Janeiro: J. Olympio, Brasília, INL, 1974.
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