11 de set. de 2015
8 de set. de 2015
Violência doméstica
A
violência doméstica é o que mais faz as crianças procurarem a
rua. Tive muitos amigos que viveram essa situação. Elas apanham e
querem ficar longe de casa. Começaram a alternar a escola com a rua.
Depois abandonam a escola e ficam só na rua. São pressas fáceis,
ainda mais porque a ausência da figura paterna é muito grande.
JÚNIOR, Otávio. O livreiro do Alemão. São Paulo: Guia dos
Curiosos Comunicações, 2011. p. 31.
20 de ago. de 2015
Existe literatura feminina?
Ana Martins Marques concedeu entrevista ao Suplemento Pernambuco. Em uma das indagações, ela opina sobre a literatura feminina. Confira!
Vou
te encaminhar uma pergunta que me fizeram em uma recente mesa com outros
escritores (todos homens): existe literatura feminina? E mais: existe
literatura feminista? E além: a militância em uma causa é essencial à
literatura?
Pessoalmente sempre me
incomodou que a recepção da literatura escrita por mulheres ficasse
frequentemente atrelada à questão do “feminino”, que essa fosse quase sempre a
questão de início, o que nunca acontece em relação à literatura escrita por
homens. Nunca vi nenhum homem ter que responder se, afinal, existe ou não
existe “literatura masculina”. O fato de um escritor ser homem não é
considerado uma idiossincrasia, uma singularidade, e a literatura escrita por
homens nunca ou quase nunca é lida como “literatura masculina” (ela é lida como
“universal”, embora “masculino” e “masculinidade” sejam posições tão
construídas quanto “feminino” e “feminilidade” e embora obviamente seja
possível detectar marcas de uma “experiência masculina” em textos escritos por
homens). Para mim a escrita literária é um lugar de deslocamento, de invenção,
de alteridade; me interessa pensar a literatura como esse lugar instável em que
as identidades são colocadas em xeque, ou são expostas em toda a sua força de
metamorfose – um lugar em que a identidade não se “expressa”, mas se “inventa”,
se “joga” –, e sobretudo acredito que o poder e a radicalidade da literatura
dependem de que ela não seja redutível a um discurso, seja sociológico, seja
filosófico ou moral; de que ela não seja lida como mero veículo ou suporte de
um discurso prévio, por mais bem-intencionado que ele seja. Isso obviamente não
me impede de notar o quanto o sistema literário, apesar da ampliação expressiva
da presença das mulheres, ainda se mantém em muitos aspectos predominantemente
masculino. Publicar é fazer uma intervenção no espaço público, é tornar
público, e o espaço público foi por muito tempo reservado aos homens e ainda é
em grande parte masculino, embora isso esteja felizmente mudando. Então eu
tenho em relação a essa questão uma posição um pouco ambivalente (e talvez
propositalmente e necessariamente ambivalente): me interessa afastar certos
rótulos rápidos e a postulação de posições identitárias rígidas ou de uma
“essencialidade” feminina que se manifestaria nos textos escritos por mulheres,
e ao mesmo tempo assumir uma atenção crítica em relação às questões de gênero
no espaço literário, que inclui não somente os textos propriamente ditos, mas
as instâncias de legitimação, as editoras, o jornalismo cultural, as escolas, a
universidade, a historiografia e a crítica literárias, os festivais, as
premiações.
Travessia de abismos
O poeta Cleberton
Santos e a Editora Via Litterarum convidam você para o lançamento-recital
do livro “Travessia de abismos”.
Participação especial do
músico feirense Tito Pereira.
Dia: 04 de
setembro de 2015
Horário: 19:00
Local: Radiola
Lanchonete Cultural
(próxima ao Mercantil na
Av. Maria Quitéria – Feira de Santana)
(Entrada
livre)
Autor: Cleberton Santos
Prefácio: María Pugliese (Argentina)
Posfácio: José Geraldo Neres (São Paulo)
Ilustração da capa: Nanja Brasileiro (Feira de Santana)
Fotografia: Emanuel Fonseca (Bahia)
O novo livro do poeta Cleberton Santos apresenta 60
poemas de tonalidade filosófica que refletem sobre a travessia da existência
humana e sua profunda relação com a criação literária. O poder da linguagem
humana em sua fonte mais profunda: o mistério da palavra poética. Com o projeto
editorial da Editora Via Litterarum, o livro tem uma belíssima capa ilustrada
pela artista plástica feirense Nanja Brasileiro, um posfácio em prosa poética
do escritor paulista José Geraldo Neres e um prefácio da professora, escritora
e tradutora argentina María Pugliese.
Cleberton Santos é poeta, crítico literário e
professor do IFBA. Mestre em Literatura e Diversidade Cultural pela UEFS. Autor
dos livros “Ópera urbana” (poesia, 2000), “Lucidez silenciosa” (poesia, 2005)
“Cantares de roda” (poesia, 2011), “Aromas de Fêmea” (poesia, 2013),
"Estante Viva” (crítica literária, 2013) e "Travessia de
abismos" (poesia, 2015). Tem artigos e poemas publicados em várias
antologias e jornais do Brasil e do exterior. Edita o blog http://clebertonsantos.blogspot.com.br
Rua Primeiro
de Maio, n° 20, Bairro São João. (Na Rua do Bode na Av. Maria Quitéria) Feira
de Santana. Tel: (075) 9268-9683
28 de jul. de 2015
Pessoa de estimação
Lilu |
Tá vendo este carinha. Ele se chama Lilu. Dizem que ele é um poodle. Outros, não. Isso não importa. O que importa é que ele não gosta de me ver tanto tempo no ultra.
Ele salta em cima de mim. Eu olho para ele. Ele me olha. "Tá na hora da brincadeira e do passeio por um terço do quarteirão".
Ele não abre mão disso de jeito nenhum. O jeito é deixar o que estou fazendo, correr de um lado para outro em sua companhia.
Em seguida, vem a calmaria. Lilu se esparrama no chão e dorme aos meus pés.
25 de jul. de 2015
Entrevistado pela Rádio Propriá FM - SE
O
escritor Ronaldo Pereira foi convidado pelo CCP (Centro Cultural de Propriá –
SE) para conceder entrevista na Rádio
Propriá FM em comemoração ao dia 25 de julho, dia do escritor. Na entrevista, conduzida por Amorim e a professora
Helena, falou sobre as publicações dele, dando ênfase aos livros Laura (Prêmio Alina Paim), A menina das queimadas e Viu o Home?, seu título recente.
Atento as indagações |
Ao lado de Amorim e a profª. Helena |
Estúdio da rádio |
12 de jul. de 2015
Céu de caibros
O rádio toca. As pessoas conversam distraidamente. Uma lagartixa tomou para si a parede e se confundiu com ela, hipnotizando um mosquito. Lá fora os carros passam com estupidez. É Domingo.
A
cozinheira
está pondo o jantar. Todos se reúnem em torno
da
mesa. Valores góticos e contemporâneos se colidem,
seguidos
de
ofensas. Do lado do pote uma formiga bebe água. O
nariz do gato é róseo. Em
meio à confusão, ele
fica grilado em nós.
Sem
causa, elas
brigam, irritam-se. As formigas se cumprimentam. A aranha lança sua
rede. Pescará o quê? Um mosquito, uma mosca perdida na noite. Não
sei. Sei que a rede posta
entre
um caibro e uma ripa pesca os desencontros que saiam
de cada língua.
Um
barulho freia os ânimos. Os
olhos diminuíram de
raiva. Todos foram à porta. Era
uma carreata politica descendo pela
avenida. Voltaram.
Ficaram
soltos na sala.
Em
seguida, cada qual saiu aos seus hábitos. Mônica foi para a
cozinha. Papai foi assistir ao jornal. Eu
liguei o som do quarto e por lá mesmo me entreti
até o sono.
Assinar:
Postagens
(
Atom
)