12 de mai. de 2012

O pescado



Estávamos na lancha. Ao meu lado, Mário pescava. Eu topei em seu ombro direito. Então, ele abriu os olhos esbugalhados para mim. Perguntei-lhe:

 Quanto custa o quilo do peixe? Sem compreender, respondeu:

 Qual? A tilápia, o tambaqui, o piau...?

Norma, que diante de mim se encontrava, caiu; mas de gargalhada. Eu ri também junto com ela. Mário ficou meio constrangido, percebeu o gracejo e disse:

 Você e suas frases tiradas do baú!

Ainda rindo, retomei o diálogo, dizendo-lhe:

— Se fosse do baú, ela não estaria impregnada em nosso corpo. Mário, quando o cesto estiver cheio, você me diz quanto custa o pescado da sua pescaria.
E atravessávamos o rio na trepidez da lancha e das gargalhadas.



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1 de mai. de 2012

A estátua de carne

Eu me construo de mundos diferentes. 
E me encontro com breves explicações vagas, balbuciadas de várias bocas, contribuindo apenas para o caos. 
Eu – uma estátua de carne úmida – ouvia fonemas fracos como redemoinhos nos meus tímpanos.
Acontece que eu não queria sair. Eles insistiram até que roubaram a minha reflexão.


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22 de abr. de 2012

Com os covos na mão


Marulhava as águas sobre as pedras. Nelas, um hóspede inesperado ancorou o barco. Espreitou de um lado, do outro para ter certeza que estava a sós. Ele e os covos, ele e o marulhar das águas numa noite densa e fria.
As pupilas se dilataram, o coração pulsou com mais força, a pressa apareceu e na ânsia, via tudo a sua volta com desconfiança. Dentro da madruga só os olhos brilhavam atentos, espreitando e estreitando os intentos que emergiam dos circuitos elétricos vindos do cérebro.
Avistou de longe um tronco de uma árvore rio abaixo, assustou-se pensando que era uma canoa. O susto passou, mas ele ficou com a desconfiança no peito e os covos na mão.
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12 de abr. de 2012

Concursos literários para escritores


O blog Concursos Literários, mantido pelo escritor Ricardo Domit e outros, possui dicas preciosas para jovens escritores que se embaraçam na maioria das vezes quando pretende enviar seus escritos para os concursos dessa natureza.

Na seção Dúvidas e Dicas há informações preciosas que irão orientar aqueles que pretendem participar desse tipo de certame. Nela, você encontrará conceitos sobre pseudônimo, organização dos envelopes para envio das informações pessoais e do material, currículo literário, envio com AR, atraso nos resultados, direitos autorais e publicação, assessoria de imprensa.

O blog tem muitas informações úteis. Aproveite e navegue por ele, observe os vários editais e as características peculiares de cada um. Veja em quais deles seu estilo literário se identifica.

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8 de abr. de 2012

Sociedade e Cultura

Este trabalhe segue rigorosamente o plano de aula estabelecido pela Secretaria Municipal de Educação no ano de 2008, sob a coordenação da professora Josenice Pereira da Silva que estabeleceu os objetivos, com base na LDBEN, para que o alunado possa “reconhecer semelhanças e diferenças no modo de viver dos indivíduos e dos grupos sociais que pertence a seu próprio tempo e espaço”
Segundo a professora Josenice Pereira da Silva, ex-coordenadora de ensino, “O material analisado consiste numa fonte de pesquisa de fundamental importância para a Educação colegiense. Indicado pra ser utilizado a partir da 3ª série (4º ano) do ensino fundamental, tendo em vista a necessidade de incluir no currículo escolar o estudo da realidade social e política, resgatando assim a cultura, conforme a Legislação Educacional (LDBEN 9.394/96), que em seu Art. 26 estabelece uma base nacional comum a ser complementado por uma parte diversificada, exigida pelas características regionais e locais da sociedade”.
O material analisado a que se referi a professora Josenice é Porto Real do Colégio: Geografia e História que recebeu da Biblioteca Nacional parecer técnico para registro e fazer parte de seu acervo; de onde extrai o conteúdo do plano de aula do ano de 2008, dando origem a obra Porto Real do Colégio: Sociedade e Cultura.
Nele o alunado do Ensino Fundamental encontrará informações históricas, geográficas, culturais e complementares para que eles possam compreender o espaço onde nasceram e residem.
                                                      
O autor
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Agonia Urbana

A poesia é um dom supremo. O poema é a transfiguração da poesia da palavra em matéria concreta, real, transposição de sentimento em vida. Saber transformar poesia em palavras é dom, é mais que dom, é técnica, perseverança, obstinação, prazer de criar, recriar, produzir e reproduzir. Gerar o fruto da palavra-sentimento, gerar o sentimento da palavra.
Em mais uma obra fantástica, Ronaldo Pereira, poeta incansável na busca da expressão poética do mundo, revela ao mundo da poética o sentimento de observador do mundo, da vida, da essência da vida, do "Sentimento do mundo", transfigurado em matéria irreal: a poesia.

O poeta é uma antena que capta diversos mundos e os refaz em um único ser: a vida. Vida refeita na palavra saída da Agonia Urbana que vai mergulhando na delicada missão de existir numa Menina que passa, atravessando a Tempestade em copo d'água, como tantos "raimundos", Meninos de algodão que têm Fome de estômago e de bola, mas, que são alimentados pela "vela" que ilumina uma sociedade condenada a viver blindada por seus medos, Tecendo dias, Um após outro, numa Evasão que dá "para tudo um tempo" de se ver e se rever na Fotografia da vida dividida entre A dívida e o perdão.
 A vida com os retoques de uma grafia questionadora, interrogativa, que nos dá o Aviso que no Mundo contemporâneoInimigos dos sonhos e das pretensões do amor com todos os seus problemas, mas com a certeza de que Há para tudo um tempo, Matando na unha o que não seja amor, sonho, fantasia: poesia.
A vela poética de Ronaldo nos instrui a viver um Poema gráfico, nos leva a uma leitura de nós mesmos quando nos voltamos para a essência do viver humano e nos perguntamos: o que estamos fazendo aqui?
A resposta pode ser: estamos vivendo, estamos nos deleitando com a leitura do que há de mais poético na vida - o viver e se emocionar com a vida. O tempo fere, mas nos dá tempo de curar feridas. O tempo, a sociedade, o mundo, a vida...
DILMA MARINHO DE CARVALHO, professora especialista em Literatura Brasileira, leciona na rede pública municipal de Maceió e no Ensino Médio da rede Estadual. Ministra atualmente as cadeiras de Literatura Brasileira I no curso de Letras e Leitura e Produção de Texto no curso de Pedagogia, ambos da Faculdade de Formação de Professores de Penedo – Fundação Eduacaional do Baixo São Francisco Dr. Raimundo Marinho.
Maceió, março de 2009.
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Ás margens do Rio Rei

Às Margens do Rio Rei compreende três partes: a História, a Geografia, os Aspectos Culturais e Econômicos.
Na primeira faz uma abordagem de como se deu o povoamento de Porto Real do Colégio, o povo que já vivia aqui, as influências que sofreram com a catequização dos jesuítas, os seus aspectos políticos, a mistura das raças, a presença de D. Pedro II e a nossa Política de ontem até os dias atuais.
         A Segunda faz um esboço da Geografia Humana e Física, sua economia, seus principais rios e riachos, as belezas que integram a cidade, a importância do São Francisco para a vida dos colegienses, as riquezas hídricas e mal exploradas, a falta de incentivo no desenvolvimento da agricultura (o município só disponhe do Pronaf B), a pecuária, a terra boa para o cultivo de várias culturas, o projeto Itiúba que mantém o sustento de várias famílias, a presença da cana-de-açúcar que substituiu a plantação de alguns lotes de arroz. A presença de algumas casas comerciais, expondo de forma clara o desenvolvimento lento do comércio, a dependência da cidade de Propriá em alguns aspectos.
A terceira parte revela as riquezas culturais e artísticas de que dispõe o nosso município nas artes, na literatura, na música, no barro e no artesanato. Nesta última modalidade destacando-se o artesanato indígena, feitos com palhas, sementes diversas e ossos e as bordadeiras que nos enriquecem com o rendendê, bordado muito bem trabalhado e de grande beleza, sendo uma das fontes de renda e a principal produção artesanal do município. É por isso que se diz que Colégio é a terra do redendê. 
Diante do exposto, espera-se que os leitores de Às Margens do Rio Rei possam encontrar nesta obra informações que lhes formem uma consciência crítica e os situem no tempo e no espaço.   
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