30 de out. de 2010

Prêmio Alina Paim

A Secretaria de Estado da Cultura de Sergipe (Secult), em Cooperação Técnica entre a Empresa de Serviços Gráficos de Sergipe (Segrase) e o Banco do Estado de Sergipe (Banese), apoiada pelo Estado publicou O Edital para Publicação de Obras Literárias nas categorias Poesia, Conto, Crônica, Literatura Infanto-Juvenil e Livros Técnicos Científicos. Escrevi-me na categoria Infanto-Juvenil com o pseudônimo Ronperlim, levando  o Prêmio Alina Paim com a obra Laura.

Forma inscritas aproximadamente 40 obras, vindas de autores de diversos pontos do Estado. Uma comissão formada por representantes da Secretaria de Estado da Cultura e da Segrase averiguou se as obras submetidas estavam em conformidade com as normas do edital. Aqueles que estavam totalmente de acordo com as exigências do processo foram encaminhados a uma comissão de seleção formada por profissionais renomados e especialistas com idoneidade e capacidade reconhecidas, que foram nomeados através de Portaria da Secretaria de Estado da Cultura.

A comissão avaliadora, formada por 18 jurados, três para cada categoria, indicados pela Academia Sergipana de Letras, Conselho Estadual de Cultura e pela Secretaria de Estado da Cultura, passou três meses analisado os trabalhos e seguindo critérios de seleção como atualidade, abrangência e adequação do tema e do conteúdo ao gênero de literatura; relevância técnico-científica ou cultural; caráter inovador da obra; adequação da linguagem de acordo com o gênero e avaliação global da qualidade da obra. O coordenador de Livro e Leitura da Secult, o escritor Gilfrancisco, explica que o processo de avaliação foi rigoroso e criterioso com as normas do edital.
A publicação e impressão dos livros ficarão por conta da Editora Diário Oficial, que garantirá ainda aos vencedores uma tiragem de 1000 exemplares, ficando 200 exemplares para o autor; revisão textual; diagramação do miolo, criação e produção de capa; registro do código ISBN junto à Fundação Biblioteca Nacional; definição do preço de capa; distribuição institucional e lançamento, conforme programação da editora.
Mais detalhes sobre o concurso você encontrará no link oficial da SECULT. Confira:
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17 de out. de 2010

Poeira

A poeira vem vindo, pegando no meu rosto e se tornando um lodo incorrigível. A poeira que cerca os meus pés suados, subindo devagar por meus corações. A poeira que o vento leva nas ruas, junta as folhas…
II
A poeira na face púbere, mal saída da face. A pele guardando-a para uma noite de suor, no meio da noite, entre papelão. A poeira que esconde o sexo e que o expõe escancaradamente na imprensa. Os pelos pubianos, cheios, macios dela.
III
O corpo, meu sem jeito, está indo. Este lodo, este barro juntado em milhões de grãos; não está servindo para as cores. O mundo feito do barro. A poeira está no espaço, com o lixo do espaço. Lixo e vírus, germe. Tudo na poeira.
IV
O barbeador passa; trás em suas lâminas um lama mole, úmida. É o suor. Não, não. É a mesma que vem do Jardim, num dia de sol e vapor d’água. Mas esta nova fase da poeira se revela pouco a pouco e me revela na frente do espelho. Eu pequeno e me vendo, poeira do meu nascimento.
V
Alguém grita. É um gruído. As vozes se misturam e não se fala do vento, menino, maluvido, petequeiro. A poeira, sempre ela, nos meus olhos, fazendo-me chorar, vermelhos sem ninguém.
VI
A poeira não é uma idéia nova.
(LIMA, Ronaldo Pereira de. Meus Cadernos. Colégio, 06. 02. 02).
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12 de out. de 2010

Tucanada raivosa

Os raivosos do PSBD alegam a vantagem de Dilma sobre Serra atribuindo-a aos 12,5 milhões de família cadastradas no Bolsa Família. Eles afirmam que esse programa estimula a preguiça e que é uma forma legal de compra de voto, caracterizando-a como assistencialista.

O problema é que a tucanada se esqueceu ou finge ter esquecido que foi o governo do PSDB que implantou os programas sociais (Bolsa Escola, Bolsa Alimentação, Auxílio gás e Cartão Alimentação). São tão pueris na questão do Bolsa Família que acham que todos os cadastrados no programa votam exclusivamente em Dilma e somente nela. Não levam em conta que dos 12,5 milhões de famílias há crianças, pré-adolescentes (que não votam) e adolescentes (voto facultativo).

Inconformados com a realidade eleitoral, os raivosos tucanos estão engordando os e-mails dos eleitores com informações distorcidas da biografia da presidenciável, contextualizando-a no atual conceito de terrorismo, de assassina de criancinhas (questão do aborto); sendo este último reforçado por padres e bispos a favor do tucano em suas homilias, apesar da reprovação da CNBB. E não foi só a presidenciável que foi alvo dessas picuinhas. Seu vice, Michel Temer, é tido como satanista.

São tão descarados que outro dia alguém me deu duas folhas de papel A4. A primeira com a “ficha criminal” de Dilma e a outra com informações afirmando que ela apoia o aborto de mulheres grávidas aos nove meses. Basta as mulheres querer, motivada ou não. Olhei para a pessoa, ri, perguntei-lhe se ela estava com febre, se a mentira havia possuído-a, pois, nenhum candidato seria capaz de tal disparate. Nem mesmo Serra que introduziu as normas técnicas do aborto no SUS, reforçadas por FHC no PNHD II de 2002.

Além dessas coisas, a tucanada tem agredido a presidenciável do PT de forma mesquinha, vil. Rotulam-na de lésbica, filha de chocadeira, amante de Lula, antipática, terrorista e, recentemente, anticristã; exalando desdém e preconceito contra as mulheres.

Quero dizer a esses infelizes que não me envie e-mail´s sobre a presidenciável do PT, panfletos ou seja lá o que for. Não preciso dessas picuinhas para formular as minhas opiniões, as minhas decisões.
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9 de out. de 2010

Os dias nunca se repetem

Eu sou nas coisas
E me debruço nas linhas tortas das mãos.
Eu sou no mais porvir, que é acordar com o mundo, tentando com toda força renascer; pôr 
uma película neste planeta para que o rumo incerto que ele tome seja melhor com os sóis.
Estou… ah!… ah!…
Os olhos pedem sono.
Vou dormir, pois, amanhã eu já não sou.

Caderno 6, dezembro de 2000.
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6 de out. de 2010

Eleições 2010 e os aproveitadores da boa fé da crueldade evangélica

Por Rev. Sandro Amadeu Cerveira*
Talvez eu tenha falhado como pastor nestas eleições. Digo isso porque estou com a impressão de ter feito pouco para desconstruir ou no pelo menos problematizar a onda de boataria e os posicionamentos “ungidos” de alguns caciques evangélicos. [1]

Talvez o mais grotesco tenham sido os emails e “vídeos” afirmando que votar em Dilma e no PT seria o mesmo que apoiar uma conspiração que mataria Dilma (por meios sobrenaturais) assim que fosse eleita e logo a seguir implantaria no Brasil uma ditadura comunista-luciferiana pelas mãos do filho de Michel Temer. Em outras o próprio Temer seria o satanista mor. Confesso que não respondi publicamente esse tipo de mensagem por acreditar que tamanha absurdo seria rejeitada pelo bom senso de meus irmãos evangélicos. Para além da “viagem” do conteúdo a absoluta falta de fontes e provas para estas “notícias” deveria ter levado (acreditei) as pessoas de boa fé a pelo menos desconfiar destas graves acusações infundadas. [2 [1]]
A candidata Marina Silva, uma evangélica da Assembléia de Deus, até onde se sabe sem qualquer mancha em sua biografia, também não saiu ilesa. Várias denominações evangélicas antes fervorosas defensoras de um “candidato evangélico” a presidência da república simplesmente ignoraram esta assembleiana de longa data.
Como se não bastasse, Marina foi também acusada pelo pastor Silas Malafaia de ser “dissimulada”, “pior do que o ímpio” e defender, (segundo ele), um plebiscito sobre o aborto. Surpreende como um líder da inteligência de Malafaia declare seu apoio a Marina em um dia, mude de voto três dias depois e a apenas 6 dias das eleições desconheça as proposições de sua irmã na fé.
De fato Marina Silva afirmou (desde cedo na campanha, diga-se de passagem) que “casos de alta complexidade cultural, moral, social e espiritual como esses, (aborto e maconha) deveriam ser debatidos pela sociedade na forma de plebiscito” [3 [2]], mas de fato não disse que uma vez eleita ela convocaria esse plebiscito.
O mais surpreendentemente, porém foi o absoluto silêncio quanto ao candidato José Serra. O candidato tucano foi curiosamente poupado. Somente a campanha adversária lembrou que foi ele, Serra a trazer o aborto para dentro do Sistema Único de Saúde (SUS) [4 [3]]. Enquanto ministro da saúde o candidato do PSDB assinou em 1998 a norma técnica do SUS ordenando regras para fazer abortos previstos em lei, até o 5º mês de gravidez [5 [4]]. Fiquei intrigado que nenhum colega pastor absolutamente contra o aborto tenha se dignado a me avisar desta “barbaridade”.
Também foi de estranhar que nenhum pastor preocupado com a legalização das drogas tenha disparado uma enxurrada de-mails alertando os evangélicos de que o presidente de honra do PSDB, e ex-presidente da República Fernando Henrique Cardoso defenda a descriminalização da posse de maconha para o consumo pessoal [6 [5]].
Por fim nem Malafaia, nem os boateiros de plantão tiveram interesse em dar visibilidade à notícia veiculada pelo jornal a Folha de S. Paulo (Edição eletrônica de 21/06/10) nos alertando para o fato de que “O candidato do PSDB à Presidência, José Serra, afirmou nesta segunda-feira ser a favor da união civil e da adoção de crianças por casais homossexuais.” [7 [6]]
Depois de tudo isso é razoável desconfiar que o problema não esteja realmente na posição que os candidatos tenham sobre o aborto, união civil e adoção de crianças por homossexuais ou ainda a descriminalização da maconha. Se o problema fosse realmente o comprometimento dos candidatos e seus partidos com as questões acima os líderes evangélicos que abominam estas propostas não teriam alternativa.
A única postura coerente seria então pregar o voto nulo, branco ou ainda a ausência justificada. Se tivessem realmente a coragem que aparentam em suas bravatas televisivas deveriam convocar um boicote às eleições. Um gigantesco protesto a-partidário denunciando o fato de que nenhum dos candidatos com chances de ser eleitos tenha realmente se comprometido de forma clara e inequívoca com os valores evangélicos. Fazer uma denúncia seletiva de quem está comprometido com a “iniquidade” é, no mínimo, desonesto.
Falar mal de candidato A e beneficiar B por tabela (sendo que B está igualmente comprometido com os mesmo “problemas”) é muito fácil. Difícil é se arriscar num ato conseqüente de desobediência civil como fez Luther King quando entendeu que as leis de seu país eram iníquas.
Termino dizendo que não deixarei de votar nestas eleições.
Não o farei por ter alguma esperança de que o Estado brasileiro transforme nossos costumes e percepções morais em lei criminalizando o que consideramos pecado. Aliás tenho verdadeiro pavor de abrir esse precedente.
Não o farei porque acredite que a pessoa em quem votarei seja católica, cristã ou evangélica e isso vá “abençoar” o Brasil. Sei, como lembrou o apóstolo Paulo, que se agisse assim teria de sair do mundo.
Votarei consciente de que os temas aqui mencionados (união civil de pessoas do mesmo sexo, descriminalização do aborto, descriminalização de algumas drogas entre outras polêmicas) não serão resolvidos pelo presidente ou presidenta da república. Como qualquer pessoa informada sobre o tema, sei que assuntos assim devem ser discutidos pela sociedade civil, pelo legislativo e eventualmente pelo judiciário (como foi o caso da lei de biossegurança) [8[7]] com serenidade e racionalidade.
Votarei na pessoa que acredito representa o melhor projeto político para o Brasil levando em conta outras questões (aparentemente esquecidas pelos lideres evangélicos presentes na mídia) tais como distribuição de renda, justiça social, direitos humanos, tratamento digno para os profissionais da educação, entre outros temas. (Ver Mateus 25: 31-46) Estas questões até podem não interessar aos líderes evangélicos e cristãos em geral que já ascenderam à classe média alta, mas certamente tem toda a relevância para nossos irmãos mais pobres.
__________________
[1] As afirmações que faço ao longo deste texto estão baseadas em informações públicas e amplamente divulgadas pelos meios de comunicação. Apresento os links dos jornais e documentos utilizados para verificação.
*Matériaoriginalmente publicada no site Segunda Igreja [8]

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[1] 2: http://www.hospitaldalma.com/2010/07/o-cristao-verdadeiro-nao-deve-votar-na.html
[2] 3: http://ultimosegundo.ig.com.br/eleicoes/marina+rebate+declaracoes+de+pastor+evangelico+silas+malafaia/n1237789584105.html
[3] 4: http://blogdadilma.blog.br/2010/09/serra-e-o-unico-candidato-que-ja-assinou-ordens-para-fazer-abortos-quando-ministro-da-saude-2.html
[4] 5: http://www.cfemea.org.br/pdf/normatecnicams.pdf
[5] 6: http://www.gazetadopovo.com.br/vidaecidadania/conteudo.phtml?tl=1&id=856843&tit=FHC-e-intelectuais-pedem-legalizacao-da-maconha
[6] 7: http://www1.folha.uol.com.br/poder/754484-serra-se-diz-a-favor-da-uniao-civil-e-da-adocao-de-criancas-por-gays.shtml
[7] 8: http://www.eclesia.com.br/revistadet1.asp?cod_artigos=206
[8] Segunda Igreja: http://www.segundaigreja.org.br/noticias_view.asp?id=340
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26 de set. de 2010

Obedecer

Ó
     Bê
           Dê
                  Cê
Meninos de Ló.
Viu crianças!
Obedecê-lo. 
Meus Cadernos, 1998.
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12 de set. de 2010

Mazela eleitoral

Muita gente acha que as leis existentes deveriam ser mais rigorosas, pois, acreditam que esse rigor resolveria o problema da impunidade neste país. E reclamam delas e dos políticos. 

Acham que a Justiça Eleitoral deveria proibir o uso de dinheiro em campanhas, pois, ela sabe que esse dinheiro se destina a mercantilização do voto; que o dinheiro deveria ser usado simplesmente para manter um banco de dados contendo informações pessoais e jurídicas da vida de todos os candidatos envolvidos em um processo eleitoral para que os eleitores pudessem escolher pesquisando a vida pregressa de cada um deles.

Entendo que essa olhadela no sistema político reflete que: falta filosofia, faltam reflexões, falta senso crítico. Mesmo que fosse proibido o uso de dinheiro em campanhas, ele não faltaria no bolso dos candidatos, pois, há quem os financie; melhor dizendo: comprem favores pessoais, agiotem e isso ocorre há anos. O problema das eleições deste país não são as calúnias, as baixarias, as fraudes, os sigilos quebrados, a pistolagem, as Leis, a "harmonia" de alguns seguimentos do Judiciário. O problema das eleições neste país esta na cabeça dos eleitores.

Enquanto a mudança não começar por ela não há mudanças no sistema. Ele sempre será perverso, irresponsável, amoral, opressor e vil. Por isso muitos já perderam a esperança. Sem forças para lutar, prostituem-se com o sistema e tentam impor que a prática da corrupção faz parte da cultura do brasileiro. Entendem que a barganha é uma prática normal, amigável e social.

A mudança não tem acontecido porque o povo não compreendeu o que o voto é. A maioria entende que essa palavra não tem nenhum valor, por isso, apegam-se a vantagens imediatas e medíocres. Isso ocorre porque nos fizeram acreditar nisso há muito tempo. Isso não é de hoje.

E o pior dessa triste verdade é que o povo simples é vítima dessa mazela eleitoral, apesar de alguns não compreenderem isso. Enquanto houver forças nos dígitos, eu levantarei um estandarte para o povo por um motivo simples: muita gente dita "culta" e que possuem anéis universitários vivem de barganha, sendo os mais beneficiados.
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