Eu sou do tipo que condeno o comércio eleitoral por entender que só causa malefícios a população e procria falsários, larápios, gatunos.
Essa de culpar o povo porque ele vende o seu “poder” é uma ladainha da imprensa, dos incautos e dos politiqueiros cansados com a sua própria prática estúpida que os impedem de cumprir o dever de “representar o povo”.
O que ocorreu e ocorre é que o voto perdeu a sua função política, social, ética, moral; tornando-se um bem material, comercializável, pechinchado; o que nos causa vergonha.
Para compreender com maior clareza, faz-se necessário voltar nossos olhos para a fonte primária, isto é, os municípios. Tudo tem início nos municípios, por meio de cabos eleitorais e vereadores. Esses profissionais do comércio eleitoral entendem que o voto é matéria-prima negociável, lucrativa, devendo ser repassada para frente no tempo certo e na hora certa.
Essa negociação se intensifica nos períodos eleitorais, tornando-se uma mercadoria mais cara.
O que na verdade ocorre é um comércio milionário, irresponsável, imoral; configurando-se no banditismo e em práticas ilícitas, caracterizadas pela corrupção e impunidade.
Não se pode culpar o povo por essas práticas mesquinhas, apesar de ele participar delas de forma inconsciente; porque esses politiqueiros entenderam que sem saúde, sem educação, sem emprego; as pessoas se tornam vulneráveis.
Por isso os cofres públicos são assaltados com a ponta da caneta e o povo é julgado por uma parte de si porque concede o “poder” aqueles políticos de ficha suja.
Voto não é mercadoria. É cidadania, dignidade.