A gente cresce ouvindo que “os homens de bem não devem se meter em política”. Que política é coisa de “cabra safado e corrupto”. De tanto ouvirmos essas expressões a gente se esquiva do sistema político e cometemos um grave erro.
A política não foi feita para os cabras safados, nem para os canalhas. A política foi feita para os homens que tem dignidade, responsabilidade. A gente precisa fazer a diferença entre o que é política e o que se pratica atualmente (costumo chamar de politicanagem).
A política constrói, educa, busca o desenvolvimento, a segurança pública, o bom sistema de saúde e outros serviços com probidade, ética, moralidade, impessoalidade e transparência.
A politicanagem estar bem definida na música Ladrão/Formigueiro, de Ivan Lins e Totonho Villeroy e nos últimos versos do poema de Brecht: O analfabeto político. Ela é a celebridade dos jornais televisivos, escritos, on-line e outros meios de comunicação. É tão cínica, tão covarde...
A prática da politicanagm unida à impunidade possui a consciência da maioria dos eleitores, tornando-os passivos. Essa possessão torna o cidadão frágil diante dos seus direitos, principalmente aquele que diz que “todo poder emana do povo”. Cabe aos homens de bem destruir essa miserável possessão, a exemplo da iniciativa do movimento do MCCE que altera a Lei Complementar 64/90; apesar de alguns dizerem que essa ação popular “não vai dar em nada”.
E é isso que o mau político quer que a gente pense. Não podemos ser covardes diante desses canalhas, nem permanecemos na opressão desse vil sistema. Porque aceitar esse fato é abrir espaço para uma sociedade mais violenta, mais egoísta, mais pobre, miserável e coisificada pintada pela mídia. Se a gente não entrar nessa briga, daremos espaço para que bandidos se candidatem; sejam eleitos e reeleitos.
Temos a obrigação de nos metermos na política ou correremos o risco de continuarmos a construir a sociedade da impunidade, de falsários, amoral, criminosa, doentia que surge todos os dias na língua de algum reporte ou em sua escrita.
Mudar é o verbo. Eis o desafio de cada um.