1 de out. de 2009

Base mal aliada

Toda eleição possui candidatos e uma base que os apóiam. E, na formação dessa base, há o povo arrastado em longos e cansativos comícios. Isso acontece porque o povo não sabe votar.Não sabe votar porque não sabe a importância e a função social do voto. Não sabe dessa importância e função social porque não tem uma consciência crítica. Não possui uma consciência crítica porque não tem uma educação digna e adequada para as suas necessidades.Quando o...
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16 de set. de 2009

Senado do povo, como povo

Ouço quando os colegas opinam, melhor dizendo, repetem o que há nos recortes de jornais impressos, televisivos e revistas; mas sem nenhuma opinião crítica. E, a opinião que não são deles é que os políticos são um bando de gatunos e canalhas e aquele fuzuê não daria em nada.Eu apenas os observo e penso: Os homens que ocupam os assentos do Senado foram eleitos pelos estados para representá-los. Vale...
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O vendedor de cocadas

Deparei-me com o vendedor de cocadas outro dia desses, quando andava tranquilamente pelas ruas daquela cidadezinha. Ele tinha aproximadamente um metro e setenta e cinco de altura, olhos esbugalhados, vestido à Caruaru, meio bojudo, sorriso largo, calçado com chinelo de dedo. Ele empurrava um carrinho de mão, dizendo: “Oi a cocada!”. Seu vozeirão chamava a atenção de quem por perto passava.Lembrei-me dele nos arrastões, da enorme bandeira que carregava...
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25 de ago. de 2009

Abandono e rejeição

Aos oito anos de idade Carla fora abandonada pela mãe, ficando na companhia de um pai epilético, alvoroçado e cachaceiro; apesar de trabalhador, além de uma irmã de quatro anos. A mãe era desses tipos de mulheres que entregou o corpo e a alma para as drogas, a prostituição, ao roubo. E era, também, dada aos bares. Para Carla lhe sobraram apenas os afazeres de casa: cuidar da irmã caçula, cozinhar,...
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24 de nov. de 2008

Farinha com água

Meio-dia. O mormaço entra pela porta escancarada, ficando retido nos cantos da casa. Olhos pequenos e pretos brilham de tristeza, desfalecidos. A mãe os olha com um nó na alma, impaciente. O marido vai para a saleta. Os filhos sentados em uma mesa que fora do vizinho, com quatro cadeiras descadeiradas; esperam silenciosamente pela mãe. O silêncio negro da fome põe no rosto as formas geométricas...
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