22 de jun. de 2021
Bate-papo com Reninson Félix
20 de mai. de 2021
Vossa Mercê
As
mercês eram privilégios que o rei dava a seus súditos como forma de remunerá-los
pelos seus serviços. Essas benesses podiam ser terras, em forma de sesmarias,
cargos na administração local, postos militares, hábitos nas ordens militares,
entre outros. De modo geral, esses títulos dotavam os vassalos de status político e social de suas
localidades.
MARQUES, Dimas Bezerra et. al. História da escravidão em Alagoas: diálogos contemporâneos. Maceió: Edufal, Imprensa Oficial Graciliano Ramos, 2017. p.18.
7 de abr. de 2021
Memórias de Um Menino Propriaense
Ron Perlim e Amorim. Ano de 2021. |
“Ao folhearmos este livro, ou até dizer,
navegarmos por ele; encontraremos fatos e acontecimentos vividos pelo autor em
períodos alternados de sua vida. Há em suas páginas coisas de menino, como as
peladas, os banhos em nosso adorado Chico e outras brincadeiras. O livro,
também, narra coisas da adolescência e as travessuras próprias dessa fase da
vida. Nela, as paqueras não ficariam de fora e como elas são equidistantes dos
dias atuais. Mas a narração não para por aí: há fatos históricos contados sem
jargões ou clichês próprios da disciplina. Como, por exemplo, o Golpe de 64;
manifestações culturais que trazem curiosidades desconhecidas de jovens e não mais
lembradas por adultos, a exemplo das festividades do Bom Jesus dos Navegantes,
o parque industrial de Propriá que era referência no Baixo São Francisco e
importante para o Estado de Sergipe. E não poderia esquecer das pessoas citadas
pelo autor com suas particularidades. E as comidas da região? Em suas páginas a
gente se debruça em uma época que se foi, mas que permanece viva memória. Assim
é o livro Um Batim nas Memórias de Um
Menino Propriaense que estreia os escritos do professor Alberto amorim. O
livro por si tem graça, história e História. São memórias resistentes, gravadas
pelas retinas do autor e que pertencem, não mais a ele, mas a Propriá e ao seu
povo. Certamente os leitores tirarão grande proveito dessa leitura”.
15 de fev. de 2021
Pequeno grande livro
Por Antônio FJ Saracura, 06 de abril de 2013, revisto em novembro de 2020.
(...)
Laura é um pequeno grande livro. Diz-se infanto-juvenil mas serviu para mim, um setentão quase, de grande aprendizado. Não sei quais os ingredientes essências para que um livro caia no gosto infanto-juvenil. Talvez esses que Ronaldo utilizou sejam alguns, pois me senti muito mais novo lendo o seu livro.
Dona Laura, ao estilo tradicional do povo simples, conta ao sobrinho, histórias. Casos clássicos que o povo assumiu, ou situações da comunidade. Sempre fechando com lições de vida engrandecedoras. E entra o nosso folclore rico para ajudar, com o lobisomem, o fogo corredor, a cobra mamadeira, o caipora, o rasga-mortalha, o casamento da raposa, a mulher do padre... Botijas, visagens, assombrações (daquelas que divertem mais do que assustam)... Etc, etc, etc.
Há diálogos singelos entre os moradores da comunidade...
Há cenários pintados com mágicas palavras...
“Laura” é livro para se adotar nas escolas e se ler em família nas bocas de noite.
Fonte: Antônio Saracura - Sobre Livros Lidos. LAURA, Ronaldo Pereira de Lima. Acesso em: 15 fev. 2021.
16 de jan. de 2021
Aquela professora
Morria de dor de
ouvido. Pálida, inquieta, não teve alguém que soubesse de alguma erva medicinal ou algum fitoterápico. Sem aguentar as dores,
correu para os braços do vereador Abreu. Este, quando a viu, fez cara feia. Mesmo assim teve o prazer em ouvi-la dizer:
— Abreu, você pode me
levar até a unidade de saúde. Tô apulso!
Ele, raivoso, olhou para
a cara dela. O não chegou até a ponta da língua, recolhendo-se assim que pensou na quantidade de votos da família de Sandra. A possibilidade de ela ficar lhe devendo favor era muito grande e um motivo para passar na cara, caso precisasse.
Abreu foi
ao quarto, vestiu uma camisa, balbuciou alguma coisa para a mulher, que não estava
de cara boa, e trouxe a professora para a cidade. Ao chegar, deixou-a para ser atendida e saiu insatisfeito.
Poderia estar com a sua caçula nesse momento, pensou. Na rua, encontrou com uma conhecida
e lhe disse:
— Você acredita que eu
tive que sair de casa para trazer a professora Sandra para a unidade de
saúde? Dei quinhentos reais aquela infeliz no período eleitoral e ela ainda vem
me perturbar uma horas dessas.
A conhecida, estarrecida,
perguntou:
— Você deu quanto mesmo pra ela?
— Quinhentos reais. Uma pessoa que nem precisa. Agora me responda: tenho alguma obrigação com ela?
Ao que a conhecida
respondeu de imediato:
— Claro que não! Quem já se viu uma coisa dessas?
— Sabe quanto foi a minha
eleição? Noventa e seis mil reais. Um ou outro é que votou por amizade. Mas a maioria vendeu o voto. Até meus amigos de cachaça me pediram dinheiro pra votar em mim. É mole uma coisa dessas?
— Por isso, meu amigo, que eu não vendo o meu voto. Só assim, posso falar o que eu quero quando vocês fazem alguma coisa de errado, que prejudique o povo.
Abreu fingiu não ouvir o último travessão. Continuou a falar, a criticar os eleitores.