9 de out. de 2017

Eles eram muito cavalos

Luiz Ruffato
No seu primeiro romance “Eles Eram Muito Cavalos”, você de alguma forma tentou trazer para o público, uma São Paulo que muitos não querem ver ou sua intenção quando escrevia a obra era outra?

São Paulo é o sexto maior aglomerado urbano do planeta, com cerca de 20 milhões de habitantes. Uma metrópole onde a segunda maior frota de helicópteros particulares do mundo sobrevoa ônibus, trens e metrôs que desovam trabalhadores em estações superlotadas; traficantes ricos instalados em suas mansões leem nos jornais notícias sobre traficantes pobres perseguidos pela polícia corrupta e violenta; políticos roubam a nível municipal, estadual e federal; as vitrines dos restaurantes chiques refletem os esfomeados, os esfarrapados; rios apodrecem em esgoto, lama, veneno; favelas enlaçam prédios futuristas; universidades de excelência alimentam a próxima elite política e econômica, enquanto na periferia, escolas com professores mal remunerados, mal formados e mal protegidos geram os novos assalariados; a mais avançada tecnologia médica da América Latina assiste, impassível, à fila dos condenados à morte: homens vítimas da violência, mulheres vítimas de complicações do parto, homens e mulheres vítimas da tuberculose, crianças vítimas da diarreia; muros escondem a vida miúda que escorre lá fora. Como transpor o caos dessa cidade para as páginas de um livro? Penso que o ficcionista deveria ser assim uma espécie de físico que ausculta a Natureza para tentar compreender o mecanismo de funcionamento do Universo.
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1 de out. de 2017

O povo das águas na 8ª Bienal do Livro de Alagoas

Dia 30 de setembro de 2017 relancei o livro O povo das águas no estande da Secult/Biblioteca Graciliano Ramos a partir das 8:00 horas. Após o lançamento, andando entre as livrarias, me encontrei com a escritora gaúcha Angélica Rizzi, trocamos ideias, experiências...








Angélica Rizzi e Ron Perlim

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26 de set. de 2017

Bate-papo com os alunos do Santa Bulhões

Escola Santa Bulhões


A convite do corpo docente da Escola Estadual D. Santa Bulhões, estive naquela instituição falando sobre o livro e a leitura no dia 26 de setembro de 2017. Assim que pus os pés na escola, me encontrei com Múrcio Niemayer e conversamos sobre o livro O povo das águas e Foi só um olhar.

Passado o nosso diálogo, fui conduzido pela professora Detinha para o pátio, onde os alunos estavam a minha espera. Dei início ao bate-papo discorrendo sobre a importância da leitura em nossas vidas. Para isso, lhes contei como a minha prática de leitura facilitou a minha vida na faculdade. Expus como a leitura de ficção nos humaniza, nos tornam pessoas melhores e capazes de nos situar no mercado de trabalho. E não parei por aí: lhes disse que ela amplia a compreensão das coisas, já que o mundo é construído sobre o conhecimento.

Encerrei o bate-papo estimulando-os a terem afeição pelos livros, lhes contando esta história:

Quando tinha entre nove e dez anos, meu pai colocou uma ratoeira na cumeeira da casa. Sabedor disso, fiquei curioso. Queria ver o rato preso. Fiquei sem dormir por causa disso. Por volta da meia-noite, ouvi o estalo da ratoeira. Sai às pressas, subi numa bicicleta encostada a parede e tentei ver o pobre do rato preso. Nisso, perdi o equilíbrio, caí e quebrei o braço.

Furioso, meu pai me levou para Aracaju e foi resmungando até lá.

De braço engessado, sem poder brincar, fiquei em casa. A partir daí, comecei a ler o Novo Testamento, desses que os Gideões vivem doando. Depois veio O caso da borboleta Atíria que, inclusive, nunca me saiu da cabeça. E foi assim que eu nunca mais larguei os livros.
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24 de set. de 2017

Lançamento do livro O povo das águas

No dia 23 de setembro de 2017, no Salão Paroquial em P. R. do Colégio, o escritor Ron Perlim lançou mais um título que se chama O povo das águas pela Editora Penalux. O livro trata do problema do assoreamento do Rio São Francisco e da revitalização sempre negligenciada pelas autoridades, como consta na sinopse:

Quando Cíbar mergulha nas águas do rio São Francisco, é surpreendido por uma voz e toma um susto daqueles por estar diante da Mãe d’água que lhe pedia para ser colocutor entre os humanos e o povo que vive no rio. Assustado, ele não se dispôs a ajudar, indo às pressas para casa. Passou o resto dia pensado nela e no que havia dito. Então, resolveu ir para a reunião do conselho realizada na pedra do meio. Lá, ele ouve atentamente as alegações e a desconfiança de alguns dos líderes de cada nação ali presente, concordando em ser o porta-voz e seguir as orientações do conselho das águas. Enquanto porta-voz, Cíbar tem dificuldades para conscientizar políticos da importância e necessidade da revitalização do rio e da preservação ambiental para a sobrevivência humana e de toda criatura que nele habita, deparando-se com a incompreensão, mentiras, prepotência, má vontade e ameaças, dando origem a um penoso embate que só cessa quando Iati intervém, retendo as águas do rio em seus olhos. Neste livro, Ron Perlim nos convida para refletir nossas práticas político-sociais. A leitura deste livro é prazerosa e de fácil compreensão. O povo das águas mistura ficção com realidade com o propósito de tentar humanizar os leitores, tornando-os mais sensíveis, conscientes e reflexivos quanto aos problemas ambientais, políticos e sociais apresentados nesta história.
MAROLI ROCHA
PEDAGOGA










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5 de set. de 2017

A escrita exige uma entrega sem fissuras

Paul Auster


“Às vezes me pergunto por que passei a vida trancado em um quarto escrevendo quando do lado de fora o mundo está cheio de possibilidades. A escrita exige uma entrega sem fissuras, abrir-se a todas as formas possíveis de dor, de alegria, a todas as emoções que é possível sentir. Fazer isso bem requer coragem moral. Nenhuma outra profissão exige que a pessoa entregue o ser, a alma, o coração e a cabeça sem saber se haverá uma recompensa no final”.


AUSTER, Paul.Não sei se tenho forças para escrever outro romance. https://brasil.elpais.com/brasil/2017/08/29/cultura/1504021967_363735.html. Acesso em 05/09/2017.
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