4 de dez. de 2012
10 de nov. de 2012
As lavadeiras
Eu estava no
terreiro brincando com Valente. Vovó apareceu no batente da porta e
me chamou. Fui ao encontro dela e ele me acompanhou. Vovó pôs a
mão dentro do bolso direito do vestido, tirou um tostão e me pediu
para comprar sabão
branco e
sabão
da terra. Eu
fiquei curioso para saber qual era a diferença entre um e outro, mas
quando retornei da casa de dona Firmina, entreguei os sabões, ganhei
o troco; me entreti com Valente, deixando a aquela curiosidade de
lado.
Mas tarde, alguém
apareceu na porta da frente chamando por vovó. Ela acenou para
mim e pediu que eu observasse quem era. Depois de ter prestado
atenção, de lá mesmo disse que era Marli, a lavadeira. Vovó pediu
que ela entrasse, indo pra cozinha. Eu acompanhei ela. As suas mãos eram engiadas e a maioria das unhas tinha caído. Conversaram
bastante tempo. Depois foi embora. Cheguei para vovó e
perguntei para ela:
— Vó, por que as
mãos e as unhas de Marli são daquele jeito. Tive pena dela!
— Porque ela lava
pra ganhar.
— Não entendi
direito isso.
— É por causa
daqueles sabão que dona Firmina faz. Marli ganha por lavagem de
roupa. Como ela lava todo dia, aí prejudica.
— Vó, o que será
que tem nesses sabões?
— Ah, meu filho,
não sei! Só você indo perguntar a dona Firmina. Só ela pode
responder isso a você porque ela é quem faz os sabão, lá na casa
dela.
Dona Firmina morava
na mesma rua que a gente. Pensei em ir lá, mas desisti porque ela
vivia com a cara amarrada. Então, esperei que vovó pedisse que eu
fosse comprar sabão novamente. Depois de uma semana, eu fui comprar.
Da porta, disse:
— Dona Firmina, ô
dona Firmina! Quero comprar sabão!
— Entre meu filho,
pode entrar. Tô aqui na cozinha ocupada.
Entrei, fui aonde ela
estava, comprei um tostão de sabão. Ela embrulhou no papel e me
entregou. Olhei para ela e disse:
— Dona Firmina,
como é que se faz Sabão?
Ela me olhou por
alguns instantes, me deu as costas e pediu que eu me aproximasse.
Próximo aos latões, ela disse:
— Para fazer o
sabão branco, primeiro coloca sebo de boi e água dentro de latões
de querosene de vinte litros. Quando o sebo derreter, é só colocar
soda caustica e esperar por duas horas. Quando tiver pronto, espera
esfriar, pega o arame e faz as barras.
Depois me mostrou
como era feito o sabão
da terra.
Para fazê-lo, tinha que colocar pouca soda cáustica, acrescentar
cinza e cal. A cinza era para dar um colorido diferente as barras de
sabão e a cal para limpar as borras da cinza quando estava fervendo.
26 de out. de 2012
O Eleitoral
Esse blog tem como finalidade demonstrar os vários aspectos do comércio eleitoral das cidadezinhas, as suas manifestações políticas e a maneira como os políticos são vistos pelos eleitores.
Essas crônicas também foram publicadas no jornal online Tribuna da Praia, onde fui colunista por mais de sete anos. Foi a partir desse sítio e desse blogue que se originou o livro Viu o home?
A publicação destas crônicas será atualizada mensalmente. Espero que vocês participem com comentários e sugestões.
Essas crônicas também foram publicadas no jornal online Tribuna da Praia, onde fui colunista por mais de sete anos. Foi a partir desse sítio e desse blogue que se originou o livro Viu o home?
A publicação destas crônicas será atualizada mensalmente. Espero que vocês participem com comentários e sugestões.
Abaixo, segue uma lista delas:
- Os prefeitos, a folha paralela e os cognatas;
- Creditados;
- Possuídos pela barganha;
- Reeducação política;
- Os homens de bem e a política;
- Senado do povo, como povo;
- O vendedor de cocadas;
- Base mal aliada;
- Arruda, as cueacas e as meias;
- Voto não é mercadoria;
- Não seja parceiro da corrupção;
- Andando de lancha;
- A espera de um candidato;
- Receitas A4;
- Fundo de quintal;
- Mazela eleitoral;
- Tucanada raivosa;
- Malditas picuinhas;
- Ladinos;
- No Alto do Cariri;
- O vilão;
- Utopia e covardia;
- Lamentações sem Jeremias;
- Cãomício;
- Deseducação Política
- O menos pior ou quem dar mais
- Dualismo;
- Dualismo entre as vassouras;
- Irmã da covardia;
- As redes sociais e o fazer político;
- Harmônicos entre si;
- A presença.;
- A merenda que não estar nas escolas;
- Isso é um sonho;
- A Lei da Ficha Limpa, os laranjas e os cognatas;
- Este ano é mais um ano eleitoral;
- Papagaios midiáticos;
- O poder que elege;
- Decadentes;
- Para professor? Não tem dinheiro;
- É em casa que se aprende a barganhar;
- A historinha é essa;
- Professores e educadores;
- Língua Solta;
- Maria não vai com as outras;
- Sabujos Rabujos;
- Ele se acha;
- Existem dois tipos de corrupção;
- Molhando a mão;
- Laço do passarinheiro;
- Mil blocos logo no início;
21 de out. de 2012
O teclado
Estou diante do monitor. Olho para o
teclado e vejo nele um monte de símbolos e me faltam palavras. A impressora
espera alguma folha, “doida” para imprimir. Procuro palavras no meio de
tantas, e não as acho. Se for buscá-las em dicionário, não servirão para um
idílio ou dor. A minha carne cansou-se de tudo, até de mim. Vozes vibram
no ar. Palavras se entrelaçam no abraço da comunicação. Algo pousou em mim. O que é, não sei. O
mundo gira em torno deste teclado. O mundo parado, inerte, que não quer morrer.
Apenas está num estado de movimento, mexendo nas teclas sem saber para onde ir.
Cadernos, 08 junho 2001
3 de out. de 2012
A menina das queimadas
Sinopse:
As histórias
contidas neste livro se passaram numa cidadezinha de Sergipe. Ele nasceu das
memórias de Zélia de O. Rocha, recolhidas das conversas, das anotações e
pesquisas feitas pelo autor.
Ela contava para
ele com extrema lucidez coisas que se passaram na sua infância, adolescência e
juventude durante as décadas de 30 a 50. De tanto ouvi-la falar desses temas, o
autor resolveu recriar literariamente parte dessas memórias.
As histórias aqui
narradas tratam do sistema precário de educação e de saúde,
das brincadeiras, das angústias cotidianas, das paqueras e seus tabus, das
crenças e costumes religiosos, da medicina popular e do trabalho infantil que
eram impostos na época.
Assim, este
livro conduz o leitor por esses meandros, suscitando reflexões capazes de
transcender o texto na direção de vários contextos atuais.
Ronperlim
O que dizem os leitores:
“(...)
simpático livro covê nos mandou. Essa questão da memória e das cidades é de
fundamental importância para o mosaico que compõe a história do país e das
comunidades. O indivíduo como protagonista das narrativas locais e da história,
e esse resgate você fez bem. Parabéns”!
José
Maria Rodrigues, editor – Taba
Cultural Editora
“(...)
posso adiantar que estou me deleitando bastante com a leitura do mesmo: de
fácil leitura, não cansativo, e cada capítulo nos arremete à leitura do próximo!”.
Orlando Santana da Cruz, Guarujá - São Paulo
"Um livro curto de 50 páginas que
li numa sentada. Linguajar solto e fácil no ritmo... Não sei se fui
sugestionado pelo perfil do escritor que o conheço do concurso onde ganhou o
prêmio de literatura infantil, com um livro chamado Laura... ‘A Menina das
Queimadas’ me pareceu encaixado nessa mesma categoria. O que achei bom, pois
pode ser lido com facilidade pelas crianças e com proveito pelos adultos, que
foi o meu caso".
Saracusa, Escritor, Prêmio
Mário Cabral de Crônicas, Aracaju - Sergipe
"Adorei
a leitura do livro ‘A Menina das Queimadas’. Uma leitura leve que nos leva pra
outrora... Fiz a leitura no tempo de uma travessia pelo Rio São Francisco entre
Sergipe e Alagoas e essa travessia não foi apenas dos limites entre dois
estados... Foi uma viajem ao túnel do tempo que nos remete de forma bem
descritiva os detalhes do espaço e tempo do homem e da mulher (grifo meu)
da época de 30 e 40. Recomendo essa viajem a todos".
Fátima Ferreira dos
Santos, Pedagoga e Arte Educadora, Propriá - Sergipe.
A maneira que o autor escreve é viciante e instigante, um
verdadeiro diferencial para histórias do gênero.
Caíque
Fortunado. Entre Páginas de Livros, Minas Gerais
- MG.
Onde Comprar:
O livro pode ser adquirido no site da Livraria Asabeça, Livraria Ronperlim, Martins Fontes Paulista e Livraria Cultura.
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