20 de jan. de 2012

Eu não fiz com o dedo

— Amiga, não sei o que fazer. Tô grávida, meus pais não sabem e tô desesperada. Me der uma luz!
— Não sei como dar luz a uma grávida. A única coisa que sei é que ela brilhará daqui a nove meses. (risos)
— Deixe de brincadeira. Tô falando sério! Não sei o que fazer.
— Já falou para ele?
— Ainda não! Tô com medo dele me rejeitar e eu ser mais uma mãe solteira.
— Amiga, se ligue! Essa criança não é só sua. Se ele não quiser assumir, você vai e denuncia na Justiça e Pronto. Vai deixar de graça, é?
— Não amiga! Tôu tão confusa e com medo. Os homens são estranhos. Diz que gosta, quer ficar com a gente e quando acontece isso, eles fogem como diabo da cruz. Ainda dizem que a gente é complicada.
— Amiga, deixe de bobagem. Você fez com o dedo, por acaso?
— Não!
— Então! Tente conversar com ele. Ele não diz que gosta de você. Que sempre estar com você em tudo que é festa?
— É!
— Então! Vou telefonar para ele agora.
— Não sei.
— Ligo ou não ligo. Dicida logo isso e acabe com essa agonia.
— Ligue.
Paulinha discou o número e disse-lhe que Martinha o aguardava na lanchonete do Bira. Antes de ele chegar, Martinha estava apreensiva, ansiosa. Dentro de sua cabeça os fatos já estavam concretizados: ele ficaria desesperado, alegando que era jovem demais para assumir tal responsabilidade, que ela teria que abortar; custe o que custar. E se ela não fizesse isso, ele a deixaria. Enquanto ele não chegava, esse era o seu espinho na carne.
Quando Barnabé chegou, beijou a face de Paulinha e em seguida deu uma bituca em Martinha. Nervosa e motivada pela amiga, não fez arrodeio. Foi direto ao ponto:
— Estou grávida!
Ficou sério por alguns instantes. Depois riu, deu-lhe um beijo cálido, riram e comemoram por ali.


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14 de jan. de 2012

Edital de Obras Literárias: livros contemplados

Laura

Por Maíra Andrade, da Ascom/Secult

No dia 7 de fevereiro, às 20h, o Museu da Gente Sergipana será palco da concretização do sonho de cinco escritores sergipanos graças ao lançamento oficial dos livros que serão publicados através do Edital de Obras Literárias. O projeto é uma iniciativa da Secretaria de Estado da Cultura (Secult), em parceria com o Banco do Estado de Sergipe (Banese) e Empresa Pública de Serviços Gráficos de Sergipe (Segrase), através da Editora Diário Oficial. 

O Edital teve como objetivo apoiar o lançamento e publicação de livros em diversas áreas como Poesia, Conto, Crônica, Literatura Infanto-Juvenil e Livros Técnico-Científicos. Além disso, o concurso propôs o incentivo à circulação e formação de novos leitores, indicando a Sergipe uma mudança na política cultural no âmbito editorial.

Segundo a secretária de Estado da Cultura, Eloísa Galdino, o lançamento dos livros fecha o primeiro ciclo da nova política do livro e leitura em Sergipe. “Acreditamos que o lançamento desses livros representa um estímulo à produção literária em Sergipe, um apoio a quem escreve e precisa fazer com que o produto de seu trabalho chegue aos leitores de todo o Estado. A partir de agora, é pensar em outros editais”, afirma a gestora estadual de Cultura, Eloísa Galdino.



Sobre as obras 
As obras que serão publicadas são: ‘Caderno de Exercícios’ de Ivilmar Gonçalves, vencedor da categoria Poesia – Prêmio Santo Souza; ‘Laura’, de Ronaldo Pereira de Lima, na categoria Infanto-Juvenil; ‘Minha querida Aracaju aflita’, de Zeca Olho Grande, na Categoria Crônicas; ‘Lemniscata’ de José da Silva Ribeiro Neto, na categoria Romance e ‘Terra Xocó: um espaço com expressão de um povo’, de Francisco Alves, na Categoria Técnico-Científica.

Os livros vencedores ganham uma tiragem de 1000 exemplares, além da revisão textual; diagramação do miolo, criação e produção de capa; registro do código ISBN junto à Fundação Biblioteca Nacional; definição do preço de capa e distribuição institucional.
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13 de jan. de 2012

Retrato em preto e branco

Não me pergunte desta expressão de Napoleão voltando da Rússia, de herói de fábulas
Sem feitos heroicos
Sem campo de flores sem romance sem nada.
Esta aparência de cadáver, de corpo sem sombra,
De vulto que vai longe
É o retrato meu que você pintou.

Wellington Liberato dos Santos
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23 de dez. de 2011

Galrão

Eram sete horas da manhã. Desci a rampa do porto, entrei na lancha e sentei. De onde estava, via o céu nublado e nele um arco-íris enfeitando a manhã.

Enquanto folheava a Gramática, uma mulher conversava o tempo todo como se tivesse necessidade de fazer aquilo durante toda a viagem. Com o cigarro entre os dedos e os lábios, chamava a minha atenção. Olhei algumas vezes para ela, para a pose que só os fumantes têm, dei uns sorrisos contidos e retornei para a Gramática, deliciando-me com os verbos de ligação.

E porali fiquei alternando de um estado para outro, sem me incomodar com a trepidez da lancha, nem com a tagarelice dela.
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18 de dez. de 2011

Poema I

Dentre o barro e o asfalto surge a minha poesia,
de rústico pedregal
e perfume de eucalipto.


Wellingto Liberato dos Santos
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