"A vida sem reflexão não merece ser vivida"
Sócrates
Estive pensando estes dias nas incertezas que me vêm à cabeça sem que eu espere ou queira. As incertezas da Ciência, do Céu, do inferno e da Política. Pergunto a mim o que faço aqui, neste mundo que perdeu a graça diante das minhas retinas fatigadas pela incompreensão do homem pelo homem.
Os meus pés dormem dentro do tênis ou sapato. Às dores o acompanham, os passos pisam com força as calçadas. O meu peito não precisa de clichês para expressar os infortúnios, as pegadinhas que estão na vida e dela fazem parte.
Sei que depois do cansaço a gente se depara diante do espelho e vemos o quanto somos ínfimos, atrasados, doentio. Eu gosto do espelho porque ele revela a cada dia que as pessoas se vão, que outras virão. Que por trás deste vai e vem há esqueletos. Todos, um dia, perderemos o sorriso, os dentes, a alegria. Apenas nos restarão as quedas e as farmácias. A gente busca coisas, nomes, soluções para os problemas; mas a vida chega em um ponto e para.
O mundo anda conturbado, arrotando, vomitando todo tipo de violência. Não cabe a gente se curvar ao entretenimento açucarado enquanto o mundo cambaleia por aí, principalmente no campo político. Esse é um período em que Sócrates nos convida a vivermos a compreensão do conhecimento.
Sinta-se convidado a conjugar o verbo viver para que a vida tenha reflexão.