26 de mai. de 2010

Ao meu corpo que foi de pó


Foi a palavra na ponta dos dedos.

Foi a briga do peito, a espada das incertezas...

Foi o esqueleto na ponta dos pés, as mãos tocando as árvores, a fruta que o intervalo chamou.

Foi a serpente de cima de uma árvore, a luz que surgiu, os olhos que se abriram.

Uma coisa nova surgiu, na calma e na alma.O céu parou, o livro se abriu, as portas se fecharam e um novo mundo surgiu.
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14 de mai. de 2010

Dia, depois noite

É dia.

Levadas pelo vento, elas se mesclam ao anil do céu. O sol, por sua vez, esbanja-se pelas ruas, calçadas. Depois vem a noite, sem nuvem alguma; mas carregada de estrelas.

Mas de repente as nuvens mudam de cor, os trovões surgem, os relampagos fazem faltar energia, Mimi foge para debaixo da cama e Zeinha se assusta, dizendo que o coração palpita na boca.
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8 de mai. de 2010

A vela


A vela só é vela enquanto não acesa.

Depois de acesa, o pavio alimenta a flâmula.

Depois, logo depois, o pavio se vira e apaga-se; as trevas recaem como no último fôlego e a chama sai sem pressa numa fumaça.

Ela se foi e outra se acendeu.
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Um após outro


Um dia chama outro, puxa outro, engravida
E pari a velhice.
Um dia abraça outro, estende a mão para outro
Mas se encolhe sem a outra.
Um dia beija outro, morre sem o outro
Morre sendo dia
.
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