Da janela, você olha a relva brilhar na praça. Sem se cansar, observa as flores do pé-de-matafome tremularem. Mas se surpreende quando um beija-flor vai em cada flor do hibisco. Elas, avermelhadas e sorridentes, recebem com alegria aqueles beijos. Beijos que serão levados para outras bandas. E para completar, a claridade da luz ilumina tudo, até o jardineiro lá na ponta da praça. Ainda na janela, pés vêm, mãos vão e você continua inerte. Saber o que se passa contigo é impossível. Já dizia Coélet: "(...) há tempo para todo propósito debaixo do céu". Parece que entendeste o que ele quis dizer. Finalmente deixaste o debruço.
29 de ago. de 2019
17 de ago. de 2019
O Choro Do Velho Chico, o pai do sertão
Por CLENO VIEIRA
Pois Sua Felicidade Foi Embora
E Ninguém Sabe Quando Ela Voltará.
Da Serra Da Canastra
A Foz Do São Francisco
Esse Rio Sai Pedindo
Consolo E Oração.
Fique Você Sabendo
Que Nós Somos Os Culpados
Desse Choro Calado
Do Velho Chico Arrasado.
Fico Até Imaginando
O Que Será Do Sertão
Sem Esse Grande Irmão
Que Deu Sua Vida Ao Sertão.
Hoje Ele Chega Lá No Ceará
Mas É Lá Na Foz
Que Eu Vejo Água Faltar.
E Agora Esse Choro
Está Acabando
Porque Nós Abandonamos
O Velho Chico Pai Do Sertão.
4 de ago. de 2019
Tristesse
Noite de lançamento do livro Propriaenses: Alegrias e Tristesse de Ana Lucia Campos. O evento aconteceu no dia 02 de julho de 2019 na Pça. Fausto Cardoso na cidade de Propria/SE em torno do Coreto.
Estiveram
presentes a Academia Propriaense de Letras, os membros do Centro de
Cultura de Propria, o presidente da Câmara, o secretário de educação
daquela cidade e tantos outros.
A palavra Tristesse (Tristeza) me chamou a atenção quando pus os olhos no título e despertou a minha curiosidade e fui a procura para saber qual o significado dela e para minha surpresa, me deparei com estas informações que se encontram na Wikipédia:
Estudo Opus 10, nº. 3 em mi maior, apelidada de "Tristesse" ("Tristeza"), é um estudo para piano solo, composto por Frédéric Chopin em 1832. Foi primeiramente publicado em 1833 na França,[1] Alemanha[2] e Inglaterra[3] como a terceira peça de seus Estudos Opus 10. A respeito deste vagaroso estudo cantabile de caráter polifônico e legato, o próprio Chopin acreditava ser o de mais bela melodia que já havia criado. A peça se tornou famosa por entre inúmeros arranjos populares. Tanto "Tristesse" quanto "Farewell" (Adeus) são nomes dados à obra por Chopin.
13 de jul. de 2019
As redes sociais e o fazer político
Texto publicado originalmente no blogue O Eleitoral em fevereiro de 2012, revisto e atualizado.
Parte da sociedade se mobiliza através das redes sociais para tentar combater a corrupção, angariando assinaturas de adesão a esses tipos de movimentos. Alegam que não encabeçam nenhuma sigla partidária, dão sugestões de projetos de Lei de iniciativa popular. Essas iniciativas são nobres, merecem apoio e respeito; mas uma reflexão mais apurada.
A Constituição Federal, no parágrafo único do seu primeiro artigo, diz que “todo poder emana do povo (...)”. O poder, a que se refere o constituinte é o de eleger e ser eleito por meio de eleições diretas ou indiretas. Acontece que esse poder, outorgado ao povo, estar corrompido pelo comércio eleitoral (ver livro Viu o home?).
Sendo assim, vereadores, deputados, senadores, prefeitos, governadores, presidentes não recebem o diploma de posse porque eles querem ou porque possua algum privilégio, alguma proposta de governo; mas porque negociam o voto em todos os entes da federação.
Eles entenderam que é mais fácil negociar o voto por meio dos atravessadores políticos porque ficam livres das exigências da sociedade. E essa prática não é de nossos dias. Ela nos antecede. É um vício que somente a educação poderá livrar seus dependentes. Por isso insisto: enxergar o problema da corrupção somente de cima é se apropriar de um discurso pronto, escrito para as matérias de jornais.
As propostas desses movimentos deveriam ser contra a raiz dos males, ou seja, a corrupção passiva que acontece país a fora porque é por meio dela que gente com vida pregressa maculada tem se apropriado do poder que não emana do povo, mas do comércio eleitoral para legislar em causa própria, abrindo a porteira para que muita gente má intencionada se eleja.
Fica aí a minha dica para o combate a corrupção e a renovação política: não é o tronco e a copa de uma má árvore que devem ser cortados, mas a raiz para que novas árvores sejam plantadas e deem bons frutos. O resto é modismo.
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