Paulo Freire |
Uma
das grandes, se não a maior, tragédia do homem moderno, está em que é hoje
dominado pela força dos mitos e comandado pela publicidade organizada,
ideológica ou não, e por isso vem renunciando cada vez, sem o saber, à sua
capacidade de decidir. Vem sendo expulso da órbita das decisões. As tarefas de
seu tempo não são captadas pelo homem simples, mas a ele apresentadas por uma
“elite” que as interpreta e lhas entrega em forma de receita, de prescrição a
ser seguida. E, quando julga que se salva seguindo as prescrições, afoga-se no
anonimato nivelador da massificação, sem esperança e sem fé, domesticado e
acomodado: já não é sujeito. Rebaixa-se a puro objeto.
FREIRE, Paulo. Educação como prática da liberdade, pág. 51. Rio
de Janeiro, Paz e Terra, 2000.