O conferencista Paulo Franchetti expõe de forma sucinta a importância da crítica e dos críticos, o destino da Literatura e a pouco visibilidade que tão dando pra ela. Assista e confira.
17 de set. de 2015
11 de set. de 2015
8 de set. de 2015
Violência doméstica
A
violência doméstica é o que mais faz as crianças procurarem a
rua. Tive muitos amigos que viveram essa situação. Elas apanham e
querem ficar longe de casa. Começaram a alternar a escola com a rua.
Depois abandonam a escola e ficam só na rua. São pressas fáceis,
ainda mais porque a ausência da figura paterna é muito grande.
JÚNIOR, Otávio. O livreiro do Alemão. São Paulo: Guia dos
Curiosos Comunicações, 2011. p. 31.
20 de ago. de 2015
Existe literatura feminina?
Ana Martins Marques concedeu entrevista ao Suplemento Pernambuco. Em uma das indagações, ela opina sobre a literatura feminina. Confira!
Vou
te encaminhar uma pergunta que me fizeram em uma recente mesa com outros
escritores (todos homens): existe literatura feminina? E mais: existe
literatura feminista? E além: a militância em uma causa é essencial à
literatura?
Pessoalmente sempre me
incomodou que a recepção da literatura escrita por mulheres ficasse
frequentemente atrelada à questão do “feminino”, que essa fosse quase sempre a
questão de início, o que nunca acontece em relação à literatura escrita por
homens. Nunca vi nenhum homem ter que responder se, afinal, existe ou não
existe “literatura masculina”. O fato de um escritor ser homem não é
considerado uma idiossincrasia, uma singularidade, e a literatura escrita por
homens nunca ou quase nunca é lida como “literatura masculina” (ela é lida como
“universal”, embora “masculino” e “masculinidade” sejam posições tão
construídas quanto “feminino” e “feminilidade” e embora obviamente seja
possível detectar marcas de uma “experiência masculina” em textos escritos por
homens). Para mim a escrita literária é um lugar de deslocamento, de invenção,
de alteridade; me interessa pensar a literatura como esse lugar instável em que
as identidades são colocadas em xeque, ou são expostas em toda a sua força de
metamorfose – um lugar em que a identidade não se “expressa”, mas se “inventa”,
se “joga” –, e sobretudo acredito que o poder e a radicalidade da literatura
dependem de que ela não seja redutível a um discurso, seja sociológico, seja
filosófico ou moral; de que ela não seja lida como mero veículo ou suporte de
um discurso prévio, por mais bem-intencionado que ele seja. Isso obviamente não
me impede de notar o quanto o sistema literário, apesar da ampliação expressiva
da presença das mulheres, ainda se mantém em muitos aspectos predominantemente
masculino. Publicar é fazer uma intervenção no espaço público, é tornar
público, e o espaço público foi por muito tempo reservado aos homens e ainda é
em grande parte masculino, embora isso esteja felizmente mudando. Então eu
tenho em relação a essa questão uma posição um pouco ambivalente (e talvez
propositalmente e necessariamente ambivalente): me interessa afastar certos
rótulos rápidos e a postulação de posições identitárias rígidas ou de uma
“essencialidade” feminina que se manifestaria nos textos escritos por mulheres,
e ao mesmo tempo assumir uma atenção crítica em relação às questões de gênero
no espaço literário, que inclui não somente os textos propriamente ditos, mas
as instâncias de legitimação, as editoras, o jornalismo cultural, as escolas, a
universidade, a historiografia e a crítica literárias, os festivais, as
premiações.
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