O primeiro capítulo apresenta Laura, uma amável e simples senhora que contempla as coisas a sua volta, interagindo com elas. Gosta de contemplar o jardim, os bichinhos que nele há, os animais e adora Fernando; seu sobrinho. Cuida-se, pensa e aceita a sua condição de idosa. Quando passeia pela praça, recebe carinho e afeição de vizinhos e conhecidos;
A partir do segundo capítulo até o nono, Laura se revela uma exímia contadora de histórias. Por meio de flash-back, incorpora-se a criança, a adolescente e mulher da época. Em suas histórias, os contos folclóricos são contextualizados no ambiente social e familiar. Narra, com clareza, os contos sobre lobisomem, caipora, mula-sem-cabeça e outras muito bem entrelaçadas, prendendo a atenção de Fernando; despertando nele a curiosidade, o gosto pela leitura.
No capítulo dez o livro se encerra com a morte de Laura e recomeça com a sua aparição angelical para Fernando, expondo que os contos folclóricos não desaparecem, apenas são reinterpretados por diferentes pessoas e épocas.
A obra sugere que, o hábito da leitura deve se iniciar cedo com a motivação dos familiares para que as nossas crianças não tenham nos eletrônicos a única forma de entretenimento; sem falar que o hábito da leitura contribui para o crescimento pessoal e profissional.
“A literatura nos abre mundos. Lendo é possível estabelecer uma profunda relação de intimidade entre o leitor, o escritor e os seus personagens. Ao abrir um livro, uma nova história começa sob a perspectiva de quem o lê. A leitura literária possibilita o exercício da liberdade, abre espaço para a fantasia e o poder de criar. É capaz de abrir um diálogo entre o vivido e o sonhado, de acolher as inquietudes e incluir as diferenças (...)”.
Maria Carolina Trevisan