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20 de set. de 2024

Pingue-pongue de conflitos


Estive observando a língua dos eleitores e nelas os verbos fazem festa, movem de um lugar para outro; esperando o momento para fazer uma boquinha.

Entre eles, os mais comuns são: [1]comer, mamar, [2]pular. Estes demonstram que a compreensão da maioria do eleitorado é decadente, desacreditado e pertence a todas as classes. É do tipo, da espécie que não espera porque não há esperança em si, não acredita porque não tem crença em si.

Eles espelham a individualização do voto. Há casos que essa individualização compromete amizades, constrange pessoas, gera um pingue-pongue de conflitos. Ela fere, ameaça à dignidade da pessoa humana.

As charges e propagandas eleitorais que abordam apenas a classe que precisa da dentadura, de caibros e do comércio eleitoral são falsas, pois, a barganha neste país não pertence a nenhuma classe social porque ela esta em todas e todas está nela; cada uma com seus interesses pessoais.

Há momentos na vida que é necessário se desviar da rotina, do caminho, das línguas e dos verbos; não porque haja nele pedregulhos, mas simplesmente para reavaliar conceitos que nas casas estão e fora delas, aprofundar-se nesse fazer político “socialmente natural”.


 



[1] Mamar e comer: receber benefício financeiro  fixo ou esporádico.
[2] Pular: mudar de um grupo político para outro com o único objetivo de receber benefícios. 
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11 de set. de 2024

De voos e futebol

 


Escrito por Franklin Ribeiro, Advogado, Presidente da APLCAD (Academia Propriaense de Letras, Ciências, Artes e Desportos)

As pessoas se acomodam em pequenos espaços e se jogam ao ar na esperança de que chegarão ilesas ao destino.

 Viajantes rotineiros, marinheiros de primeira viagem, passageiros ocasionais todos se olham em busca de conhecidos. Aqui ou acolá, detectam algum rosto familiar. É o suficiente para aliviar a tensão, ou se sentir alguém, ante a saudação respondida.

Preces silenciosas, ou nem tanto, apelam ao divino que a Sua Mão Sagrada segure a aeronave e não a deixe cair.

 Vão-se todos, fiados no treinamento de um desconhecido e no funcionamento adequado de um conjunto de aparelhos e fios que ficam a bordo de uma engenhoca metálica e em um lugar distante milhares de metros e que mantém contato com o camarada desconhecido por meio de sinais emitidos a um amontoado de ligas metálicas, fios, cabos e antenas que nem na Terra se encontra.

 Quando em vez, o desconhecido - preferentemente naquele momento em que você, que sofre de insônia, milagrosamente conseguiu tirar um cochilo - rompe o silêncio para dar alguma notícia absolutamente inútil ao seu conhecimento, a não ser para trazer pavor aos temerosos, ou aumentar a quantidade e o volume das preces dos crentes. “Estamos a 10.000 pés”; “afivelem os cintos, estamos entrando em zona de turbulência” - como se a tremedeira da aeronave já não fosse suficiente para lhe avisar do fato e, na saída, a Chefa da Cabine já não tivesse dito que todos deveriam ficar com os cintos afivelados - “a temperatura do lado de fora da aeronave é de -23° C” - essa foi dita só para lhe acordar, mesmo, ou para lhe recomendar que, se morrer pensando em ir para o céu, é bom colocar no caixão uma roupa de esquimó, pois aquele paletó surrado não vai adiantar muito. As mulheres, coitadas, normalmente sentem mais frio e só se vão com um vestidinho. Não fosse o canalha do comandante a chamar a atenção para isso no meio da noite, quem o faria?

 E eu, querendo saber o resultado do jogo do Flamengo. Seguramente, não estou só e outros passageiros preferem saber os resultados de alguma outra equipe. É capaz de ter, até, algum torcedor do Botafogo, nada obstante, no avião não pareça ter ninguém com mais de 90 anos.

 Mas, desprovida de qualquer noção, realmente, é a tal Chefa da Cabine.

 Todo voo ela informa que o assento da aeronave é flutuante ou que embaixo dele tem um colete salva-vidas. As pessoas sentem-se protegidas até a hora em que o comandante anuncia estarmos a 10.000 pés; olham pela janela mais próxima e, lá embaixo, nenhum filete de água se avista. É só montanha. Uma infinidade de montanha que você sabe não tem nenhuma possibilidade de pouso. Ou, vez por outra, algum riacho absolutamente sem condição de receber um avião do porte daquele que leva centenas de pessoas. Quando um rio decente aparece, é tão sinuoso que pousar alí é impensável.

 Poderia puxar um “Segura na mão de Deus e vai”. Ajudaria os religiosos a lembrarem das suas orações. Não. Prefere passar informação sem qualquer finalidade prática.

 As crianças, de colo ainda, esguelham-se a chorar desesperadas - não querem que apenas os seus frágeis ouvidinhos doam sozinhos - enquanto as suas mães envergonhadas com o escândalo que fazem, não sabem se tentam puxar a chupeta da bolsa ou se tiram o seio do sutien e enfiam-no na boca dos pimpolhos. Os pais, impacientes com a cena, tentam fingir que não é com eles e pensam no resultado do futebol.

 Muita gente já escreveu e falou coisas semelhantes, entretanto ninguém se move para mudar isso. Parece que a irresignação não toca nenhuma vivalma.

Então, por favor, em voos desprovidos de televisores, melhor chamar Wilson Tavares, o melhor plantonista esportivo do rádio sergipano, e quetais para chefiar a equipe de bordo.

 PS: À saída da aeronave avistei o botafoguense e parei para conversar. Sentado na primeira fileira, vestido com a camisa listrada e estrela solitária, o senhorzinho usando fralda, falava dos gols de Garrincha, a quem assistira jogar desde quando começou no time carioca. Em tudo, relembra o Botafogo. Frágil, mas com boa memória.

 

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21 de mai. de 2024

Uma Janela para a História, Cultura e Geografia de Porto Real do Colégio

Forró Real. Ano de 2022. Foto: site da prefeitura. 

O blog Urubumirim, mantido pelo escritor Ron Perlim, é um portal dedicado a explorar a rica História, Cultura e Geografia de Porto Real do Colégio, município alagoano banhado pelo Rio São Francisco.

Mergulhando na História:

O blog oferece um mergulho na história da região, desde os primórdios com a presença dos Cariris, Karapotós e Aconãs até a fundação do município com a presença da Companhia de Jesus. Através de artigos informativos e bem documentados, Ron Perlim desvenda os acontecimentos que moldaram a identidade cultural de Porto Real do Colégio, desde a evangelização dos índios até os conflitos e levantes da população local.

Desvendando a Cultura:

A cultura local ganha vida nas páginas do blog, com destaque para as tradições, folclore, culinária e manifestações artísticas que caracterizam o povo de Porto Real do Colégio. Ron Perlim dedica especial atenção à figura do Pajé Manoel Baltazar, líder indígena que lutou pela preservação das terras e da cultura Kariri-Xocó. O blog também apresenta receitas típicas da região e a beleza do artesanato local.

Desbravando a Geografia:

A geografia de Porto Real do Colégio é retratada com detalhes no blog, com ênfase na importância do Rio São Francisco para a vida da população. Ron Perlim explora as belezas naturais do município, como a Serra da Marabá, e apresenta informações sobre a fauna e flora locais. O blog também destaca a relevância da agricultura e da pesca para a economia da região.

Um Portal para a Memória Coletiva:

Mais do que um simples blog, Urubumirim se configura como um valioso portal para a memória coletiva de Porto Real do Colégio. Através da pesquisa meticulosa e da escrita envolvente de Ron Perlim, o passado, o presente e o futuro do município se entrelaçam, convidando o leitor a conhecer e se apaixonar por essa terra rica em Cultura, História e belezas naturais.

Para saber mais:

Acesse o blog Urubumirim: https://urubumirim.blogspot.com/

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