Estive observando a língua dos eleitores e nelas os verbos fazem festa, movem de um lugar para outro; esperando o momento para fazer uma boquinha.
Entre eles, os mais comuns são: [1]comer, mamar, [2]pular. Estes demonstram que a compreensão da maioria do eleitorado é decadente, desacreditado e pertence a todas as classes. É do tipo, da espécie que não espera porque não há esperança em si, não acredita porque não tem crença em si.
Eles espelham a individualização do voto. Há casos que essa individualização compromete amizades, constrange pessoas, gera um pingue-pongue de conflitos. Ela fere, ameaça à dignidade da pessoa humana.
As charges e propagandas eleitorais que abordam apenas a classe que precisa da dentadura, de caibros e do comércio eleitoral são falsas, pois, a barganha neste país não pertence a nenhuma classe social porque ela esta em todas e todas está nela; cada uma com seus interesses pessoais.
Há momentos na vida que é necessário se desviar da rotina, do caminho, das línguas e dos verbos; não porque haja nele pedregulhos, mas simplesmente para reavaliar conceitos que nas casas estão e fora delas, aprofundar-se nesse fazer político “socialmente natural”.