O escritor Ron Perlim foi convidado para participar de um evento cultural realizado pela Escola Estadual D. Santa Bulhões, ele e Nhenety Kariri-Xocó.
Em sua fala reforçou a importância do livro e da leitura para a vida pessoal, profissional e para a saúde. Sempre que participar desses eventos, faz questão de dar ênfase sobre isso por saber o quanto a leitura é importante para as pessoas. Fez isso quando participou de uma Roda de Conversa nessa mesma escola, com a turma da professora Geovana no dia 18 de setembro de 2024.
Escola Estadual Dona Santa Bulhões Porto Real do Colégio, AL.
Antes de passar a palavra para Nhenety Kariri-Xocó, fez uma breve apresentação de seu amigo e coautor de Muritaê, livro cujo conteúdo é a Memória, História desse povo.
Nhenety, por sua vez, falou sobre a importância do encontro cultural e da proximidade das escolas com a cultural do seu seu povo, deu o significado do nome Muritaê, agradeceu pelo convite e encerrou a sua fala.
Houve uma apresentação do alunado.
Após a apresentação, a professora doutoranda, Elizabeth Costa Suzart, deu ênfase no que havia sido dito anteriormente; enriquecendo ainda mais o bate-papo. Parabenizou os alunos, o corpo docente e agradeceu pela participação.
Os alunos e a professora Geovana presenteou os escritores Ron Perlim e Nhenety com uma linda xícara com a foto do livro Muritaê e a foto de cada um deles.
Fui convidado pela professora Geovana Rezende Martins, da Escola Estadual Dona Santa Bulhões, município de Porto Real do Colégio, Alagoas. Indicação do Professor e amigo Flávio Hora. Obrigado a ambos.
No horário marcado, às 14:00 horas, lá estava eu.
A professora me fez entrar, me apresentou para seus alunos. Era para um bate-papo sobre leitura, livros e carreira literária.
Na sala, esquadrinhei o ambiente, fiz um breve resumo de quem era e dei espaço para que o alunado pudessem interagir. A interação inicial foi tímida, mas pouco a pouco vieram as perguntas uma após outra e passei uma hora com eles.
Falei para eles sobre o tema de cada livro citado.
Falei-lhes da importância das leituras, classificando-as em leitura do mundo, leitura dos livros e leitura de si como os elementos fundamentais de uma formação plena para a convivência social.
Também falei da importância de eles se apropriarem do saber através das leituras.
O bate-papo foi agradável.
Alunos cordiais e educados. Muito obrigado pelas palavras de carinho.
O escritor Ron Perlim esteve presente no Centro de Cultura Maria Conceição Nunes, localizado na cidade de Cedro de São João, Sergipe para a noite de lançamento da 2ª reimpressão do livro Chico, o Velho e um bate-papo com o professor de História e pesquisador Eribaldo Vieira de Melo (Badinho).
Marcléa O. R. de Lima
A abertura do evento foi feito pela a esposa do autor, Marcléa O. R. de Lima que leu uma nota biográfica de Ron Perlim, convidando-o para fazer parte do bate-papo e em seguida o professor Badinho.
Ron Perllim e Badinho
O bate-papo iniciou com a pergunta sobre quando o escritor teve gosto pela leitura.
Ron Perlim disse que, por ter quebrado o braço e não poder estar como amigos fazendo travessuras, passa a maior parte do tempo em casaa e por isso, lia bastante; mas o livro que o marcou foi o Caso da Borboleta Atíria, de Lúcia Machado de Almeida.
Depois dessa leitura, não parou mais.
O autor também discorreu sobre outros livros de sua autoria e após o bate-papo houve a sessão de autógrafos.
O escritor Ron Perlim esteve na Bienal do Livro de Alagoas nos dias 19 e 20 de agosto de 2023.
No dia 19 circulou entre os estandes. Era uma explosão de gente, de livros e atrações. A primeira coisa que o encantou foi a árvore do livro. Ela paria fotos e mais fotos. Quase não havia espaço para tirá-las.
No outro outro dia, data marcada para o lançamento de Chico, O Velho; Ron Perlim foi ao estande da Secult (Secretaria Estadual de Cultura de Alagoas/Biblioteca Estadual Graciliano Ramos) e lá aguardou alguns minutos.
Iniciou sua fala agradecendo a importância do evento, a Secult pela oportunidade de está ali.
Em seguida, discorreu sobre seu livro: disse para os ouvintes que Chico, O Velho, narra a história do Rio São Francisco e de Artur, Germano e Alberto. Que a angústia de ver o rio perecer tico a tico era vista neles.
Encerrado a exposição, o autor autografou exemplares, despediu-se e circulou com a sua família pelo Centro de Convenções, reviu amigos escritores e celebrou com eles a alegria do livro.
O escritor Ron Perlim, como sempre, acompanhado de
sua bela esposa e filho, esteve presente na posse de Franklin Ribeiro Magalhães
na Academia Propriaense de Letras, Artes e Ciências para ser patrono de AméricoSeixas. Antes de se tornar membro dessa casa, Franklin é membro do CCP (Centro
de Cultura de Propriá) e um dos organizadores da Flipriá (Festa Literária de
Propriá).
Aqui, destaco trecho de sua fala:
(...)
inda outro dia, durante
a realização da primeira Festa Literária de Propriá, a Flipriá, [1]construída
pelo Centro de Cultura de Propriá, entidade da qual faço parte e cujos membros
aqui se fazem presentes, tive a profunda tristeza ao me deparar com a realidade
desse apagamento cultural e histórico, ao relatar para os presentes a invasão
da catedral, no início dos anos 1980, quando a grilagem portou armas para
tentar emudecer a luta dos indígenas pela reconquista da sua terra e constatar
que quase ninguém sabia desse fato.
Esse
sentimento e o incentivo de [2]um
dos membros do CCP me
motivaram a iniciar a escrita de um futuro livro, atividade a que me dedico
atualmente, o qual espero finalizar ainda esse ano.
(...)
Também se fazia presente, Alberto Amorim, presidente
do CCP. O escritor permaneceu no auditório da Câmara de Vereadores até o final
da posse, parabenizou o acadêmico, cumprimentou outros e retirou-se, indo para
o coffe break na pizzaria...
Discurso completo do acadêmico Franklin Ribeiro Magalhães:
O escritor Ron Perlim, a convite da Secretaria Municipal de Educação de Porto Real do Colégio, participou do III Workshop Cultural: "Seja autor da sua
história". O Evento aconteceu na quadra poliesportiva do Centro Educacional Professor Ernani de Figueiredo Magalhães no dia 20 de dezembro de 2022 para o lançamento do I Livro Municipal Seja Autor da Sua História. Projeto este desenvolvido por todos os alunos da rede pública para a produção de textos e ilustrações.
Ron Perlim e outras autoridades municipal.
Ron Perlim havia participado anteriormente desse Workshop na escola já mencionada como jurado para a escolha dos melhores textos. Naquele momento opinou que seria bom que a secretaria de educação publicasse uma antologia com a produção dos textos.
Auditório da quadra poliesportiva
Em sua fala, parabenizou a iniciativa da secretaria, o apoio dos professores na realização do evento; parabenizando-os e motivou pais, alunos, para que não deixassem de motivar os seus filhos a estudarem, a lerem constantemente porque, segundo o escritor, livros são bons para a memória, a vida pessoal e profissional.
Ron Perlim e Luigi (ilustrador da capa)
Ron Perlim não quis se estender, até porque havia muita gente presente, o espaço abafado e outras falas que ainda queria se espalhar. Também assistiu a presença dos Kariri-Xocó com o toré de roupa, dança indígena ocorrida sempre em eventos dos quais são convidados.
O livro Chico, o Velho escrita por Ron Perlimfoi lançado no dia 11 de novembro de 2022 na AABB, Propriá, Sergipe na Flipriá (Festa Literária de Propriá). Na ocasião, o escritor discorreu sobre o tema central do livro: como as angústias de Alberto, Germano e Artur confundiam-se com as próprias "angústias do rio" que, nesse caso, trata-se do Rio São Francisco. Ron não se limitou só a isso, mas tratou da questão ambiental e enfatizou que o rio morre pouco a pouco, que o assoreamento possui todo o seu corpo.
Em seguida, abriu um bate-papo com os leitores: disse-lhes que estava aberto a comentários, que perguntassem o que quisessem. Um deles, que havia adquirido o livro antes do lançamento; achou importante a temática por falar de coisas próximas a nossa convivência e dar ênfase, com uma linguagem simples, nossa, sobre um tema que não deve ser esquecido que é a defesa da revitalização do São Francisco. E concluiu dizendo que ficou danado com a crítica que há no final do livro sobre a cidade de Propriá.
Ron Perlim se dirigiu a plateia e explicou-lhes que a crítica não era direcionada especificamente as pessoas de Propriá, mas ao poder público que negligencia a infraestrutura. Abriu o livro calmamente na página 72 e leu:
Sem o que dizer, foram cabisbaixos até a cidade de Propriá. Ela os
recepcionou com um bueiro, bolsas plásticas, orelhas-de-burro, um cavalo morto,
latas de refrigerantes, cervejas, roupas, sandálias e um cheiro insuportável de
fezes ao pé do cais.
Outros temas sobre a escrita foram abordados, como o que o inspirava, a ideia de ter escrito o livros e por aí. Sobre a inspiração, sempre a define desta forma:
Há quem fale de forma romântica sobre a inspiração. O que, de
fato, é inspiração? Inspiração é a materialização de leituras anteriores.
Iniciaremos a nossa palestra compreendendo o
conceito de Baixo São Francisco, não na divisão do CBHSF (Comitê da Bacia Hidrográfica
do Rio São Francisco), mas na administrativa dos estados de Alagoas e Sergipe,
pois, esta divisão leva em conta características políticas, geográficas e
culturais.
Nascer e se criar numa região desta, onde há
predomínio da pobreza não é fácil, muito menos em pensar na publicação de
livros e na venda deles, mesmo diante de tanta tecnologia e facilidade. Quando
iniciei a minha escrita, ouvia muitas coisas: “coisa de pobre”, “quer ser
intelectual”, “também tenho coisas escritas”, “foi você mesmo que escreveu?” e
por aí vai. A maioria vinha com desestímulo, mas foram coisas que nunca me
abateram, muito menos me fez desistir.
Tem gente que escreve para doar os livros para amigos e parentes que,
muitas das vezes nem leem. Eu nunca escrevi um livro com esse objetivo, mas com
a intenção de venda. Não é pelo valor, não é por mesquinhez; é pela
valorização, trabalho e também em protesto a uma ideia tola que o escritor
ribeirinho tem que doar seus livros em detrimento dos outros. Também porque ser
escritor é uma profissão, como outra qualquer (CBO 2615-15).
Aqui, lembro-me que certa vez fui oferecer um livro
de prosa poética, que se chama Agonia Urbana para uma professora e ela me
respondeu, dizendo: “Eu leio Drummond, Cecília, Mário Quintana e outros que há
na escola”, desdenhando. É claro que não era obrigada a mim comprar o livro,
mas veja como se deu o caso. Eu olhei para ela, ri e sai. Nesse mesmo ano,
ganho o prêmio Alina Paim; promovido pela Secretaria de Cultura do Estado de
Sergipe. Aquela professora, ao me ver, ficou descabreada; pois sabia da
premiação.
Nem por isso eu desisti de vender os meus livros,
nem de escrever, nem de oferecê-los. Segui meu caminho literário.
Publicar em nossa região não é fácil. Geralmente a
baixa autoestima desestimula e muitos desistem, alegando múltiplas razões, as
mais conhecidas são: desvalorização e a falta de tempo. Além disso, não
há na região; por parte do setor público o interesse em promover esse tipo de
atividade tão nobre, transformadora quando bem compreendido porque não mais se
acredita nos jovens e crianças.
Ser escritor no Baixo São Francisco, dependendo do
que se escreve, não é somente encantamento e orgulho para os seus; pode se
tornar desagradável. E para isso irei citar como exemplo três livros, de minha
autoria, que deixou pessoas incomodadas: Laura,
que é uma novela infanto-juvenil que recria os contos da região, incomodou uma
ex-professora minha que ao lê-lo e me encontrar na rua disse: “Não tem vergonha
de escrever uma coisa daquelas sobre a igreja”, aí ela se referiu à lenda da
Mula-sem-cabeça; o segundo foi o livro Viu
o home? Onde abordo a dinâmica eleitoral que acontece todos os dias com ou
sem eleição. Teve gente que riu, teve gente que criticou; não uma crítica
literária, mas porque se viu em muitas das personagens já que o livro trata da
compra e venda de votos.
O escritor no Baixo São Francisco para ser publicado
na maioria das vezes paga do seu próprio bolso, de forma independente ou
através de editora prestadora de serviços. Raramente se vê o governo municipal
ou a iniciativa privada fazer isso. Conheço um cordelista de uma cidade próxima
que, na noite de lançamento dos seus cordéis, se viu obrigado a doar seus
livretos porque os seus convidados ele estava a doar. Por isso, não se deve
manter o ato de doar seu trabalho. Quando se faz isso, mantém-se o vício, o
desestímulo e a vaidade de muitos que querem apenas a pecha de “intelectuais”,
estarem em alguma academia e aparecer.