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2 de dez. de 2024

MANIFESTO POESIA DE CADA DIA


No Pão de Açúcar 

De Cada Dia

Dai-nos Senhor

A Poesia

de Cada Dia.

("Escapulário" - Oswald de Andrade, Pau-brasil, 1925.)


A poesia existe nas expressões cotidianas. No Bom Jesus dos Navegantes. No Pôr do Sol visto da Orla ribeirinha em sintonia com a paisagem maravilhosa de nosso Rio. Sim. Tem poesia no mundo. No canto da torcida quando o seu time é campeão. Na cantoria da lavadeira ou do agricultor. Na alegria de um menino que sonha em ser jogador e ganha uma bola de futebol ou de uma menina que sonha em ser cantora sertaneja e ganha um violão. 

Poesia não é só estética, não é estática e não se aprisiona. A poesia é uma das expressões mais singelas, livres e naturais que temos. Poesia é inexata, ilógica, abstrata, fantasiosa, não é útil, pois não é prática, a poesia não são as quatro operações básicas, ela não tem tamanho, não se mede, não se calcula, a poesia é infinita e não está só nos livros. Tem muita poesia no mundo. 

Nas ruas, nos bares, nas praças, nos campos, nas escolas, universidades, nos olhos de uma criança, na palavra amiga, nas declarações de amor, na natureza, nos muros da cidade. 

A poesia é para todos. Chega de poesia para a burguesia! 

Estou farto de poesia para poetas, poesia para críticos, poesia para especialistas. Poesia não se explica! Poesia se sente tal como o amor. Ela não é só métrica, rima e figuras de linguagem, não se resume a ficar preso a uma só perspectiva. Não. A poesia é expressão, ela vai além, é o nosso sentimento posto para fora em versos. Muitos se prendem à forma, esquecendo-se do conteúdo e veem a poesia como uma fórmula matemática que precisa ser estudada e memorizada. Mas não. Eu conheço poetas, homens e mulheres, que nem escrevem. Mas quando abrem a boca pra falar, eu ouço poesia. Literatura popular!

Tem poesia nas favelas, nas feiras, nas procissões. Seja na boca de um doutor de Literatura ou na boca de um comerciante vendedor de batatas, lá está ela! Eu quero a poesia do povo. A poesia de cada dia.

“Nós não lemos e escrevemos poesia, porque é bonito. Nós lemos e escrevemos poesia, porque pertencemos a raça humana e a raça humana está cheia de paixãoMEDICINA, DIREITO, ENGENHARIA, são ambições nobres, necessárias para manter a vida, mas poesia, beleza, romance, amor, é pra isso que ficamos vivos.” (John Keating, Sociedade dos Poetas Mortos, 1989)

Muita gente me diz que não gosta de Literatura como se a literatura só estivesse ligada aos livros. Eu digo “meu amigo, teu problema é com a leitura e não com a literatura.” 

Você gosta de ouvir Racionais? Gabriel O Pensador? Charlie Brown Jr? Já ouviu Renato Russo? Djavan? Belchior? Raul Seixas? Gosta de Alceu Valença? Zé Ramalho? Marisa Monte? Cássia Eller? Ana Carolina? Seu Jorge? Cazuza? Já dançou ao som do Tim Maia? 

Eu poderia ficar aqui o dia inteiro a mostrar pra você que Literatura não diz respeito só ao livro, mas a gente pode encontrar na música, no teatro, no cinema, numa conversa de bar.

Tem poesia no mundo e a gente precisa não só admirá-la, mas também senti-la.

Não vivemos sem ela como também não vivemos sem sonhar. Difícil viver neste mundo sem qualquer contato com a poesia. É uma necessidade nossa, este contato com algum tipo de fabulação. Assim como todos sonham de pé ou deitados, com os olhos abertos ou fechados, ninguém é capaz de passar as vinte e quatro horas do dia sem alguns momentos de entrega ao universo da fantasia.  

Tenho uma certa suspeita de que todos nós somos poetas. A criação ficcional ou poética está presente em cada um de nós, analfabeto ou erudito, desde uma anedota, HQ 's, notícia, canção popular, moda de viola, até o samba carnavalesco, frevo e maracatu. A poesia se manifesta universalmente desde o devaneio amoroso no ônibus até a atenção fixada na novela da TV, no videoclipe, ou na leitura seguida de um romance.

Todos nós gostamos de literatura e estamos envolvidos com ela seja através de criações de toque poético, ficcional ou dramático, leituras de fábulas, histórias em quadrinhos ou livros clássicos, pinturas, apresentações teatrais, dança e música. 

É esta a poesia que eu quero: A popular. A poesia de cada dia.

Autor: Ruan Vieira

Referências:  Semana da Arte Moderna, 1922. Sociedade dos Poetas Mortos, 1989.

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16 de out. de 2024

Alunos fazem homenagem a Ron Perllim

Dia 02 de outubro de 2024.

O escritor Ron Perlim foi convidado para participar de um evento cultural realizado pela Escola Estadual D. Santa Bulhões, ele e Nhenety Kariri-Xocó.

Em sua fala reforçou a importância do livro e da leitura para a vida pessoal, profissional e para a saúde. Sempre que participar desses eventos, faz questão de dar ênfase sobre isso por saber o quanto a leitura é importante para as pessoas. Fez isso quando participou de uma Roda de Conversa nessa mesma escola, com a turma da professora Geovana no dia 18 de setembro de 2024.

Escola Estadual Dona Santa Bulhões
Porto Real do Colégio, AL.

Antes de passar a palavra para Nhenety Kariri-Xocó, fez uma breve apresentação de seu amigo e coautor de Muritaê, livro cujo conteúdo é a Memória, História desse povo.

Nhenety, por sua vez, falou sobre a importância do encontro cultural e da proximidade das escolas com a cultural do seu seu povo, deu o significado do nome Muritaê, agradeceu pelo convite e encerrou a sua fala. 

Houve uma apresentação do alunado.

Após a apresentação, a professora doutoranda, Elizabeth Costa Suzart, deu ênfase no que havia sido dito anteriormente; enriquecendo ainda mais o bate-papo. Parabenizou os alunos, o corpo docente e agradeceu pela participação.

Os alunos e a professora Geovana presenteou os escritores Ron Perlim e Nhenety com uma linda xícara com a foto do livro Muritaê e a foto de cada um deles.

Profa. Geovana, Ron Perllim e Nhenety Kariri-Xocó
O autores ficaram muitos felizes.

Agradeceram aos alunos e a professora.


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20 de set. de 2024

Pingue-pongue de conflitos


Estive observando a língua dos eleitores e nelas os verbos fazem festa, movem de um lugar para outro; esperando o momento para fazer uma boquinha.

Entre eles, os mais comuns são: [1]comer, mamar, [2]pular. Estes demonstram que a compreensão da maioria do eleitorado é decadente, desacreditado e pertence a todas as classes. É do tipo, da espécie que não espera porque não há esperança em si, não acredita porque não tem crença em si.

Eles espelham a individualização do voto. Há casos que essa individualização compromete amizades, constrange pessoas, gera um pingue-pongue de conflitos. Ela fere, ameaça à dignidade da pessoa humana.

As charges e propagandas eleitorais que abordam apenas a classe que precisa da dentadura, de caibros e do comércio eleitoral são falsas, pois, a barganha neste país não pertence a nenhuma classe social porque ela esta em todas e todas está nela; cada uma com seus interesses pessoais.

Há momentos na vida que é necessário se desviar da rotina, do caminho, das línguas e dos verbos; não porque haja nele pedregulhos, mas simplesmente para reavaliar conceitos que nas casas estão e fora delas, aprofundar-se nesse fazer político “socialmente natural”.


 



[1] Mamar e comer: receber benefício financeiro  fixo ou esporádico.
[2] Pular: mudar de um grupo político para outro com o único objetivo de receber benefícios. 
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19 de set. de 2024

Bate-papo: E. E. Dona Santa Bulhões


Fui convidado  pela professora Geovana Rezende Martins, da Escola Estadual Dona Santa Bulhões, município de Porto Real do Colégio, Alagoas. Indicação do Professor e amigo Flávio Hora. Obrigado a ambos. 

No horário marcado, às 14:00 horas, lá estava eu.

A professora me fez entrar, me apresentou para seus alunos. Era para um bate-papo sobre leitura, livros e carreira literária.

Na sala, esquadrinhei o ambiente, fiz um breve resumo de quem era e dei espaço para que o alunado pudessem interagir. A interação inicial foi tímida, mas pouco a pouco vieram as perguntas uma após outra e passei uma hora com eles.

Falei para eles sobre o tema de cada livro citado.

Falei-lhes da importância das leituras, classificando-as em leitura do mundo, leitura dos livros e leitura de si como os elementos fundamentais de uma formação plena para a convivência social. 

Também falei da importância de eles se apropriarem do saber através das leituras.

O bate-papo foi agradável.

Alunos  cordiais e educados. Muito obrigado pelas palavras de carinho.

Parabéns a professora  Geovana.

Parabéns aos demais profissionais.

Obrigado.

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22 de jun. de 2024

São João no Nordeste

 


São João no Nordeste

É cultura e tradição

Tem muita festa da boa 

Pra gente curtir e rir à toa

Ao som do Rei do Baião


No São João do Nordeste

Tem brincadeira e emoção

Corrida de saco, cabo de guerra, tiro ao alvo

Pescaria, pular fogueira, estourar balão 

O que não falta é alegria pra completar a diversão


Nós aqui do Sertão,

Se deixar, dança noite e dia 

E cantarola de hora em hora

“Viva São João, Viva São Pedro

Viva, viva, viva, Maria!” 2x


Ao som do forró Pé de Serra

Triângulo, Sanfona, Xote e Baião

Ouvindo Flávio José, Elba Ramalho,

Aldemário, Dominguinhos, Gonzagão

O que não falta é música boa pra dançar no São João 


E no São João do Nordeste

Também tem comida de montão

É rapadura, pamonha, canjica, bolo típico, mandioca

Pé de moleque, milho assado e cozido, cocada e paçoca

O que não falta é comida, deixe de reclamação!


Se você estiver sem par

Arranje logo, gota serena!

Que é pra curtir o Arraiá

Beber, comer, conversar

Dançar agarradinho com uma linda morena


Pois isso aqui é Nordeste

E dele eu não abro mão 

Terra de mulher bonita e cabra da peste

Não tem comparação

Quem tá fora, quer entrar; Mas quem tá dentro, não sai não!


E viva o São João!


Ruan Vieira

(Poema escrito em homenagem ao meu Nordeste celebrando a melhor época do ano: o São João)

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21 de mai. de 2024

Uma Janela para a História, Cultura e Geografia de Porto Real do Colégio

Forró Real. Ano de 2022. Foto: site da prefeitura. 

O blog Urubumirim, mantido pelo escritor Ron Perlim, é um portal dedicado a explorar a rica História, Cultura e Geografia de Porto Real do Colégio, município alagoano banhado pelo Rio São Francisco.

Mergulhando na História:

O blog oferece um mergulho na história da região, desde os primórdios com a presença dos Cariris, Karapotós e Aconãs até a fundação do município com a presença da Companhia de Jesus. Através de artigos informativos e bem documentados, Ron Perlim desvenda os acontecimentos que moldaram a identidade cultural de Porto Real do Colégio, desde a evangelização dos índios até os conflitos e levantes da população local.

Desvendando a Cultura:

A cultura local ganha vida nas páginas do blog, com destaque para as tradições, folclore, culinária e manifestações artísticas que caracterizam o povo de Porto Real do Colégio. Ron Perlim dedica especial atenção à figura do Pajé Manoel Baltazar, líder indígena que lutou pela preservação das terras e da cultura Kariri-Xocó. O blog também apresenta receitas típicas da região e a beleza do artesanato local.

Desbravando a Geografia:

A geografia de Porto Real do Colégio é retratada com detalhes no blog, com ênfase na importância do Rio São Francisco para a vida da população. Ron Perlim explora as belezas naturais do município, como a Serra da Marabá, e apresenta informações sobre a fauna e flora locais. O blog também destaca a relevância da agricultura e da pesca para a economia da região.

Um Portal para a Memória Coletiva:

Mais do que um simples blog, Urubumirim se configura como um valioso portal para a memória coletiva de Porto Real do Colégio. Através da pesquisa meticulosa e da escrita envolvente de Ron Perlim, o passado, o presente e o futuro do município se entrelaçam, convidando o leitor a conhecer e se apaixonar por essa terra rica em Cultura, História e belezas naturais.

Para saber mais:

Acesse o blog Urubumirim: https://urubumirim.blogspot.com/

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