O rádio toca. As pessoas conversam distraidamente. Uma lagartixa tomou para si a parede e se confundiu com ela, hipnotizando um mosquito. Lá fora os carros passam com estupidez. É Domingo.
A
cozinheira
está pondo o jantar. Todos se reúnem em torno
da
mesa. Valores góticos e contemporâneos se colidem,
seguidos
de
ofensas. Do lado do pote uma formiga bebe água. O
nariz do gato é róseo. Em
meio à confusão, ele
fica grilado em nós.
Sem
causa, elas
brigam, irritam-se. As formigas se cumprimentam. A aranha lança sua
rede. Pescará o quê? Um mosquito, uma mosca perdida na noite. Não
sei. Sei que a rede posta
entre
um caibro e uma ripa pesca os desencontros que saiam
de cada língua.
Um
barulho freia os ânimos. Os
olhos diminuíram de
raiva. Todos foram à porta. Era
uma carreata politica descendo pela
avenida. Voltaram.
Ficaram
soltos na sala.
Em
seguida, cada qual saiu aos seus hábitos. Mônica foi para a
cozinha. Papai foi assistir ao jornal. Eu
liguei o som do quarto e por lá mesmo me entreti
até o sono.
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