O sorriso era solto e os lábios
carnudos. Isso realçava a beleza exótica dela. Apesar de divorciada, seus olhos não eram tristes, nem lamurientos.
Transpareceu alívio, pois, seu ex era muito ciumento e não queria ser mais uma na lista da Proteção Preventiva.
A trepidez da lancha não
impedia o nosso diálogo. Ela levantou-se do assento de madeira,
pediu para o condutor da lancha parar no primeiro ponto de desembarque, sentou-se e disse:
— Não posso passar por aqui
sem ir à casa da minha amiga. A gente se conhece desde a escola e
somos boas amigas.
— Faz bem, disse eu.
Preservar os verdadeiros amigos é coisa boa porque eles são poucos
e raros. Boa sorte em sua amizade.
Ela me agradeceu, pegou
endereço do Face,
deixou-me aquele sorriso largo e se foi. A lancha seguiu seu destino
e a trepidez dela não impedia os meus pensamentos, nem a doce
lembrança que ela deixou naquela manhã.
Se não a
conhecesse pessoalmente jamais me deliciaria naqueles lábios, nas
maçãs que me fez lembrar Clarice e do busto esbanjando sensualidade.
Nada disso seria possível se a conhecesse em alguma rede social.
E concluí: nada substitui a
vida off-line.
A vida vibra é no real. Adorei, um abraço!
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Nádia, obrigado pela visita e pelos comentários que sempre deixa por aqui.
ExcluirAbraço!