Marulhava as águas sobre as pedras.
Nelas, um hóspede inesperado ancorou o barco. Espreitou de um lado,
do outro para ter certeza que estava a sós. Ele e os covos, ele e o
marulhar das águas numa noite densa
e fria.
As pupilas se dilataram, o coração
pulsou com mais força, a pressa apareceu e na ânsia, via tudo a sua
volta com desconfiança. Dentro da madruga só os olhos brilhavam
atentos, espreitando e estreitando os intentos que emergiam dos
circuitos elétricos vindos do cérebro.
Avistou de longe um tronco de uma
árvore rio abaixo, assustou-se pensando que era uma canoa. O susto
passou, mas ele ficou com a desconfiança no peito e os covos na mão.