Olhou para o relógio
azul de ponteiros vermelhos e números pretos que estava na parede branca da
casa. Quando se deu conta, as horasões contínuas estreitaram seu tempo,
fazendo-a apressar o coração, os passos e a ansiedade.
— Já vai mulé? Tá
cedo!
— Tenho que ir. Tenho umas coisas para cuidar.
— Obrigado pela visita. Quando vem passar um final
de semana com a gente?
— Qualquer dia desses. Quando sobrar um tempinho eu
apareço.
— Minha amiga, não se torne uma xepa. Para que
tanta correria. A vida estar passando e é tão curta. Sua correria vale a pena?
Pense um pouco nisso.
— Não se preocupe. Próximo ano estarei mais
aliviada. Se Deus permitir, a gente ainda vai se ver muitas vezes, colocar os
assuntos em dia e relembrar as nossas andanças de solteirice.
— Tchau!
— Tchau!
E o relógio simplesmente continuou com o seu
tique-taque e Maria fechou a porta pela última vez para a amiga, lembrando-se
da pessoa alegre que era, mas sempre apressada, tomando aquele café ligeiro.
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