Nesse instante de segundos, alguém está no relento namorando o frio colchão da rua.
Nesse exato momento o relógio não se cansa das preces. Preces de morte, de loucura, de estrelas fugitivas...
Nesse instante alguém não percebe a folha caindo, nem uma criança, um velhinho ou uma perdida bala.
Nesses momentos, instantes nus de uma horasão sem cor; o fiel cristão do tempo, da vida ora alegre, ora triste.
Hora tão banal, hora tão medíocre.
E a horasão do relógio não recomendou a alma do morto a Deus.
Meus cadernos, 1997.
Nenhum comentário :
Postar um comentário