No fundo escuro da prateleira uma criança chorava e ninguém ouvia seu pranto.
— Por que você está chorando?
— Porque estou com fome. Ninguém saciou minha fome.
Também chorei com ela porque estava com fome. E nós chorávamos e ninguém nos ouvia. Estávamos na parte mais escura da prateleira, onde costuma ficar a traça.
Então peguei linha, agulha e o cesto. Peguei algumas páginas e fiz pão, convidei-o para sentarmos em cadeiras de folhas. Começamos a comer, comer, comer...
— Por que você está chorando?
— Porque estou com fome. Ninguém saciou minha fome.
Também chorei com ela porque estava com fome. E nós chorávamos e ninguém nos ouvia. Estávamos na parte mais escura da prateleira, onde costuma ficar a traça.
Então peguei linha, agulha e o cesto. Peguei algumas páginas e fiz pão, convidei-o para sentarmos em cadeiras de folhas. Começamos a comer, comer, comer...
Meus cadernos, 1998.
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