Preocupados com a campanha nacional de prevenção ao suicídio, nós do blog Ron Perlim publicamos uma série de poemas intimistas, de autoria do escritor e poeta propriaense Cleno Vieira, em que são trabalhados diversas temáticas sentimentais propícias ao que prega a campanha.
Ei-los:
Bifurcação
Separando o tempo da jornada,
Fico eu extenuado, exaurido, acabado
A poeira do caminho imenso
Suja-me os pés nessa estrada.
E quebrado, vou chorando do nada
Caminhando sem direção,
E assim vou percebendo
Que ela me chama à vida.
Ergo-me, firme e com esperança
Em busca de uma solução
Um destino a ser seguido
Aquele que vem da alma
Na clareza do coração.
Mar vazio
Ondas do mar Atlântico,
Tudo está vazio,
Para onde corre este mar?
O mar que recebe o rio.
Onde ela estará?
Ela, por quem choro e riu,
Sei que tudo cheio estará
Quando voltar a ver seu brilho.
Submersos
Submersos na realidade densa
Assim são os destinos que a vida dispensa
Pessoas comuns, buscando o seu lugar
Num vasto oceano a navegar.
Em meio a poucas aventuras terrestres
Mergulham no mar das incertezas oceânicas,
Procurando abrigo, um porto talvez “seguro”
Na imensidão azul que se estende puro.
Exploram os destroços da nau perdida
Em busca de respostas e nova partida,
Sem ilusões, enfrentam a dura verdade
Que a vida é um mar turbulento de adversidade.
Encontram desafios em cada onda que enfrentam
Superam obstáculos, se fortalecem, se reinventam
Pois nesta jornada incerta, a esperança emerge
Eles persistem, não submergem, mesmo quando a tempestade urge.
A alguém
O sol triste lá no poente
A natureza fria que esqueceu da gente
O sino da capela tocando em agonia,
Assim são esses versos
Que no lugar da saudade transmutam-se noite e dia.
Desfolhou-se e murchou muito fria
As ricas folhas da fauna
Tombando na relva do chão.
Vi no Céu azul brilhar mais uma estrela,
Os anjos curvaram-se
Para recebê-la.
Segue breve análise de cada poema:
Os poemas apresentados exploram uma variedade de emoções, desde a tristeza e o vazio até a esperança e a perseverança.
O poema "Bifurcação" trata da jornada da vida, com seus momentos de exaustão e de esperança. O eu lírico está perdido e sem direção, mas encontra forças para seguir em frente quando percebe que alguém o chama à vida.
O poema "Mar vazio" expressa a saudade de um amor perdido. O eu lírico está em um estado de vazio e tristeza, mas sabe que tudo ficará completo quando encontrar seu amor novamente.
O poema "Submersos" fala sobre a dificuldade de encontrar o seu lugar no mundo. As pessoas comuns estão submersas na realidade densa, buscando respostas e um porto seguro. Elas encontram desafios e obstáculos, mas persistem na busca da esperança.
O poema "A alguém" expressa a saudade e o amor perdido. O eu lírico está triste e sozinho, mas encontra conforto na natureza e na fé.
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